Fimose em crianças: como reconhecer e tratar?

Problema ocorre com frequência na primeira infância e pode causar complicações

07:00 | Nov. 27, 2020

A fimose patológica pode levar a uma infecção local (Foto: Unplash) (foto: Unplash)

Quadro comum na medicina, e mais ainda na pediatria, a fimose caracteriza-se pelo excesso de pele na região do prepúcio – mais especificamente na glande, onde está localizado o meato urinário masculino, ou seja, por onde sai a urina. Porém, apesar de ser um problema cuja resolução pode ocorrer naturalmente, alguns casos podem necessitar de intervenção medicamentosa ou cirúrgica.

Segundo Fredson da Silva, pediatra e neonatologista do Sistema Hapvida, isso ocorre porque a fimose pode ser fisiológica ou patológica. “A grande maioria dos casos é fisiológica e se resolve espontaneamente, sem nenhum tipo de manobra ou exercício para forçar a abertura do prepúcio, até os cinco anos de idade. Nessas situações, é necessário apenas observação, paciência e higiene”, explica o médico.

Em outros casos, no entanto, o problema pode se tornar mais complexo. Foi o que ocorreu com o estudante G. M., 21, que aos três anos começou a se queixar de dores ao urinar. Ele, inicialmente, precisou passar uma pomada, mas não resolveu, sendo necessário fazer a cirurgia.

A recuperação da cirurgia levou menos de duas semanas. Apesar da sensibilidade na região íntima nos primeiros dias, G. conta que não teve problemas após o procedimento – pelo contrário. “Lembro que nem precisei faltar tantos dias de aula, porque após uma semana já tinha me acostumado e não sentia mais a região tão sensível. Depois da operação, conseguia fazer a higiene correta e não tive mais nenhum incômodo ou dor. Ficou tudo mais fácil”, conta.

Detecção precoce

Por ser um problema que costuma aparecer nos primeiros anos de vida, a detecção precoce da fimose, bem como o acompanhamento pediátrico adequado, são essenciais para compreender a necessidade de procedimentos mais invasivos e evitar o aparecimento de outras doenças, de acordo com Fredson da Silva.

“A fimose patológica pode levar a uma infecção local e até mesmo a infecções urinárias de repetição. Por isso, é preciso investigar as possibilidades de tratamento o quanto antes. A cirurgia nem sempre será a resposta; o tratamento também pode ser feito com pomadas de aplicação local. A decisão sobre o melhor tratamento caberá ao médico, e por isso é importante ter sempre o acompanhamento de um pediatra de confiança”, ressalta.