Conheça histórias de pessoas que chegaram ativas à terceira idade

Apesar de já estar aposentada, Fátima Correia, 65, não abre mão de manter uma rotina de obrigações em sua vida. A moradora de Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), segue, por exemplo, trabalhando informalmente como corretora de moda. Fátima acompanha sua tia, Amália de Amorim Correia, que aos 84 anos também segue na ativa profissional. A dupla de corretoras recebe clientes de outras cidades e estados, acompanhando-as por fábricas de moda e shopping centers de atacado, em Fortaleza e cidades adjacentes. “Minha tia tem uma cabeça melhor que a minha, e as pernas também”, brinca Fátima.

Sua rotina não se resume à profissão que abraçou depois da aposentadoria. Fátima toma conta, ainda, das obrigações de casa e costuma receber sua família aos finais de semana, quando abre as portas de sua casa para seus três filhos, noras e dois netos. Às terças-feiras, ainda ajuda a organizar uma celebração religiosa que acontece em seu condomínio. Às vezes, esse grupo de amigas da igreja organiza eventos, sendo mais uma obrigação sob responsabilidade da aposentada.

Mesmo reconhecendo que sua rotina é, por vezes, bastante exigente, Fátima explica que enxerga vantagens com suas obrigações. “É maravilhoso. A gente fica ativa, conhece pessoas, é muito gratificante. É cansativo? Sim, porque às vezes você precisa passar o dia todinho, andando de loja em loja, ficar comprando. Mas, apesar disso, é muito prazeroso, eu gosto muito.”

De acordo com Ítalo Norões, clínico geral do Hapvida, manter boas relações sociais é um dos requisitos para manter a saúde equilibrada nessa etapa da vida. A rotina ajuda a combater problemas como depressão e déficit de memória, evitando isolamento. Mas o ideal, indica o médico, é manter desde jovem uma rotina de cuidados preventivos e desenvolvimento de hábitos saudáveis, de modo a se garantir uma terceira idade mais proveitosa.

"Não só nessa, mas, em todas as fases da vida, temos que ter cuidado com nossa alimentação, que precisa ser balanceada, equilibrada, rica em vegetais, frutas, hortaliças, leite, sardinha, nozes”, explica Norões. Além disso, a prática de exercícios físicos deve ser uma aliada. “Exercícios podem nos auxiliar no equilíbrio. Então, devemos procurar atividades que fortaleçam as pernas de modo a evitarmos quedas, como natação, pilates, yoga, caminhadas, que, além de fortalecer a musculatura, fortalecem o sistema cardiorrespiratório. Mas desde que seja feito com supervisão profissional e no nível adequado à idade”, adverte o médico.

Cuidados com a saúde masculina e feminina

Ao se chegar à terceira idade, novos cuidados devem entrar na rotina de acompanhamentos, como é o caso de problemas com hipotireoidismo, diminuição da audição, cataratas, osteoporose, além de exames preventivos diversos, a exemplo dos relacionados ao câncer, detalha o clínico geral.

"No caso das mulheres, nessa idade ela já passou da menopausa. Então, como teve uma baixa hormonal, pode pensar que não precisa procurar um ginecologista. Mas ao contrário: nessa fase, a mulher precisa estar indo ao ginecologista, pois alguns tipos de câncer, como o de ovário ou de vulva, desenvolvem-se nessa etapa da vida. Como também, devido à diminuição dos hormônios e outros fatores associados, ela fica mais propensa a ter osteoporose”, explica Norões.

Já para os homens, quando se chega a essa fase, é importante ter alguns cuidados especiais, como é o caso da prevenção ao câncer de próstata, ou relacionados à qualidade da ereção e incontinência urinária. Outra questão está ligada à andropausa, explica Norões. “Essa baixa nos hormônios provoca no homem fadiga, alterações na musculatura, diminuição da libido. Ele precisa estar atento a tudo isso procurando um urologista.”

E nessa etapa, como em outras da vida, é importante estar atento aos três níveis de prevenção, complementa o clínico geral. “A [prevenção] primária é estar atento às imunizações. Na secundária, é estar indo ao médico, realizando exames preventivos com rastreamento a alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Já a prevenção terciária é para aqueles pacientes que já tiveram algum problema e agora têm que procurar exercícios e alimentação que diminuam e minimizem os efeitos desses problemas.”