Como a obesidade está relacionada a diabetes

Doenças cardiovasculares e diabetes são enfermidades relacionadas à obesidade. Programa viver bem, realizado pelo Hapvida, promove atenção individualizada a pessoas com diabetes

10:55 | Jan. 07, 2019

A microempresária Juliana Zabaleta descobriu há dois anos que estava pré-diabética.(foto: Apaixonados por Gente)>

A microempresária Juliana Zabaleta descobriu há dois anos que estava pré-diabética. A notícia veio através de sua ginecologista que, em uma visita de rotina, observou que, além do sobrepeso enfrentado pela paciente, havia manchas escurecidas em sua pele, em regiões como cotovelo, joelho e pescoço. Juliana não sabia ainda, mas tais sintomas são indicativos de diabetes. “Eu não estava sentindo nada em específico, apenas ‘coisas da obesidade’, como cansaço e pés, pernas e tornozelo inchados”, relata Juliana, que naquele momento pesava 130 quilos.

A médica solicitou uma série de exames. Foi o momento em que a microempresária descobriu a doença, causada principalmente por hábitos alimentares ruins e estilo de vida sedentário. Juliana foi, então, encaminhada a um endocrinologista, e seu objetivo de vida transformou-se em reeducação alimentar, atividade física diária e acompanhamento médico regular. “O endocrinologista indicou exercícios físicos e mudança na alimentação. Tive que tirar gordura e açúcar. Aprendi a comer arroz integral e deixei de tomar refrigerante. Tomei insulina em comprimido por mais de um ano. Mas a principal mudança foi começar a praticar atividade física. Até aquele momento, eu não fazia nenhuma.”

PREVENÇÃO E SAÚDE

Segundo o médico Ricardo Bezerra Walraven, coordenador corporativo de Inteligência e Saúde do Hapvida, são vários os problemas de saúde relacionados à obesidade. “Quando o paciente já está obeso, além da diabetes, há uma sobrecarga cardíaca, ou seja, o coração precisa se esforçar mais para distribuir o sangue para todo corpo. Pode ocorrer, ainda, a criação de placas de gordura nas artérias, principalmente no cérebro e coração, aumentando riscos de infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral). Há também sobrecarga de peso nas articulações, prejudicando principalmente coluna e joelhos”, enumera o médico.

Ao contrário do ideal, no entanto, não há no Brasil e em países vizinhos uma cultura de prevenção. “Tanto que a maioria dos atendimentos do lado de cá do mundo estão nas emergências”, analisa Walraven. Nesse sentido, de modo a estimular nos pacientes um cuidado preventivo adequado, o Hapvida criou o programa Viver Bem, que oferece um acompanhamento mais próximo de pacientes cujos exames tenham apontado incidência de diabetes. Walraven, responsável técnico pelo programa, explica que a iniciativa convida pacientes portadores da diabetes tipo 2, modalidade que tem relação com os hábitos de vida, a promoverem um acompanhamento mais próximo do problema.

“Muitos dos nossos pacientes do Viver Bem são acompanhados pela diabetes, mas têm a obesidade. Convidamos esse paciente para o programa e ele faz consultas com enfermeiros e médicos especializados em saúde da família, com experiência de atendimento ao paciente diabético, no mínimo a cada três meses. Fazemos esse acompanhamento de acordo com a necessidade do paciente, ou seja, se ele já está com colesterol e diabetes controlados, estimulamos que ele siga controlando”, explica o médico.

MUDANÇA DE HÁBITOS

Depois de um ano e meio de medicação, reeducação alimentar e exercícios físicos, Juliana perdeu mais de 30 quilos e assistiu seu quadro de pré-diabetes ser revertido. O susto com o problema, aliás, transformou-se em estímulo para uma mudança positiva. “A descoberta [da pré-diabetes] deu um up em minha vida. Melhorou muito minha alimentação, mas principalmente quanto aos exercícios… Já faz três anos que eu pratico atividades físicas regularmente. Contribuiu muito com minha autoestima. Mas, sim, foi um susto, porque sou muito nova pra ter esses problemas de saúde, estava entrando em um grau de obesidade crônica”, reconhece a microempresária de 35 anos.

TER UM COTIDIANO ATIVO

De acordo com o profissional de educação física Vilson Borges, coordenador do Hapvida %2b 1k – programa que oferece gratuitamente assessoria esportiva a clientes ou não do plano de saúde – observar a situação alimentar e a prática diária de atividades físicas pode fazer diferença na hora de se evitar problemas decorrentes da obesidade. Borges, no entanto, sugere que o paciente busque por atividades físicas prazerosas, “principalmente para quem está começando”.

Outra dica, sugere o profissional, é que o indivíduo transforme seu dia a dia em um “cotidiano ativo”, que é, por exemplo, trocar atividades que você faria de carro por caminhada, bicicleta, como ir trabalhar, ou ir à padaria caminhando. “Alternativas de exercícios físicos são caminhada pelo aterro da Praia de Iracema, pelo Parque do Cocó, prática de frescobol, jogar bola. Isso é tornar seu dia ativo”, enumera Borges.

Para o nutricionista do Hapvida Igor de Oliveira, quanto à relação entre alimentação e problemas relacionados à obesidade, a dica é reduzir o consumo de alimentos industrializados, como é o caso de biscoitos e massas, e valorizar o consumo de produtos mais naturais. “Hoje, as pessoas comem demais, e principalmente alimentos industrializados. A dica é começar reduzindo esses alimentos. Não precisa parar de uma vez, e aumentar o consumo de alimentos mais naturais, como o próprio arroz e feijão, frutas, verduras, peixes, frangos, tendo claro cuidado com preparo. E mesmo esses considerados mais naturais, ter controle na quantidade”, sugere.