Diabetes: como viver de forma tranquila e com mais saúde

Enfermidade que atinge quase 9% da população brasileira, a patologia pode ser controlada. Mudança no estilo de vida garante manutenção da saúde

09:58 | Dez. 11, 2018

Medidor de glicemia fura dedo de paciente diabético (foto: Apaixonados por Gente)

Os primeiros sintomas chegaram na forma de perda de peso excessiva e cansaço constante. Para a doutoranda em engenharia química Elígenes Sampaio do Nascimento, 34, sua dieta da época deu resultados além do esperado, o que gerou um questionamento. Após a então futura sogra, enfermeira, pedir para que Elígenes realizasse exames de rotina, foi descoberto que ela estava com diabetes tipo 2. Desde então, a estudante vem buscando manter a doença sob controle, ao mesmo tempo em que mantém um estilo tranquilo de vida.

“Eu estava indo morar com meu atual marido. A mãe dele é enfermeira e dizia ‘pra entrar na minha família tem que fazer todos os exames’. Cheguei [à família] numa época em que ela fazia o exame periódico de todo mundo. Eu os fiz em um sábado de manhã. Quando foi à noite, ela ligou para o meu marido, mandando me levar para o hospital”, conta Elígenes. Na época, a taxa de glicemia no sangue estava em 570 mg/dl, quando os valores normais vão até 99 mg/dl.

A estudante relata que foi levada ao hospital, onde ficou internada por cinco dias, já com o diagnóstico de diabetes. A descoberta ocorreu há 11 anos. Após isso, Elígenes passou por períodos difíceis tanto pela perda de parentes quanto pela negação da doença. “Eu não cuidava. Eu era totalmente negligente. Era uma pessoa que fazia dieta meia boca, exercícios dia sim, outro não. Sempre tentei, mas nunca fui esforçada. Em 2014, foi diagnosticado que eu só tinha um rim”. À época dessa notícia, os médicos informaram a Elígenes que ela precisaria realizar uma mudança nos hábitos, ou chegaria aos 50 anos com a saúde debilitada.

Desde 2014, a estudante vem levando uma vida controlada, com acompanhamento de nutricionista e outros profissionais da saúde. Em 2016, Elígenes entrou para o programa Hapvida %2b1k, que promove caminhada e corridas como forma de levar a prática de atividades físicas de forma gratuita para interessados. “Encontrei lá um esporte que eu gostava, e comecei a atrelar a uma alimentação saudável. Isto melhorou consideravelmente os triglicerídeos, as taxas melhoraram muito. E até hoje tento ser uma pessoa mais saudável todo dia.”

Cuidados

Em dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) em janeiro de 2018, o número de brasileiros com diabetes cresceu 61,8% em dez anos. Hoje, a doença atinge 8,9% da população. De acordo com Mariana Mesquita, nutricionista do Hapvida, a diabetes caracteriza-se como uma doença que atinge os níveis de glicemia do paciente. Os primeiros sintomas tendem a ser perda de peso repentina, tonturas, suor frio, dor de cabeça, desmaios, entre outros. Dividida em dois tipos, a diabetes pode ser tipo um ou dois. A primeira surge de forma genética, enquanto a segunda pode ter interferência genética, mas ocorre principalmente pela união de maus hábitos alimentares e falta de exercício físico.

"Muitas vezes, a gente atende pacientes em estágio pré-diabético. Então, dá para controlar a doença. Depois [do diagnóstico de diabetes] é que vemos qual o melhor quadro medicamentoso. Escolhemos os melhores alimentos, com mais fibras, mais vegetais, nenhum processado”, fala. 

Na rede Hapvida, um dos programas que auxilia pacientes com diabetes é o Viver Bem. Por meio do sistema, são detectados quais estão com glicemia em níveis alterados. A partir disso, é feito um contato para que eles sejam encaminhados a nutricionistas, endocrinologistas e enfermeiros. O projeto existe desde novembro de 2017 e atende a quem tiver plano de saúde Hapvida, sem nenhum custo adicional.