Conheça mais sobre a intolerância à lactose e seus sintomas

Acordar pela manhã e tomar um café com leite e comer um pão com manteiga ou um sanduíche de queijo faz parte da rotina matutina de muitas pessoas. No decorrer do dia, é comum que o leite apareça em alguma refeição, guloseima ou mesmo em algum medicamento ou suplemento alimentar. No entanto, para 35% dos brasileiros com mais de 16 anos, segundo dados do Instituto Datafolha, o consumo de leite e seus derivados ocasiona algum tipo de desconforto digestivo.

É o que acontece com os intolerantes à lactose, condição em que a lactose, o açúcar do sangue, não é digerido pelo organismo. A profissional de educação física Larissa Freire, 24, descobriu a intolerância após perceber que sempre sentia inchaço após a ingestão de alimentos com lactose. Ao estranhar o sintoma, buscou um médico e foi diagnosticada por meio de exames.

Larissa, também atleta de CrossFit, teve de adaptar seus hábitos após a descoberta. “Na minha rotina, uma das principais mudanças foi que tive que parar de tomar a suplementação que continha lactose e parar de comer queijos, leite e iogurte. Com o tempo, fui introduzindo novamente esses mesmos produtos, só que na versão sem lactose”, conta.

Após a adaptação e melhora nos sintomas, a atleta afirma que a maior dificuldade encontrada foi questão dos suplementos. “Como sou atleta, tem a questão da suplementação que eu ainda não consegui suprir porque não posso tomar alguns suplementos”, explica. Larissa aponta ainda a dificuldade em encontrar locais, como restaurantes, que disponham de produtos sem lactose.

Sintomas comuns

De acordo com Igor de Oliveira, nutricionista do Hapvida, alguns dos sintomas que podem despertar a suspeita de intolerância à lactose são a ocorrência de diarreias frequentes, e flatulências quando se consome leite e derivados lácteos. “No caso da diarreia excessiva, pode-se, a longo prazo, desenvolver inflamação intestinal, o que pode causar redução ou piora da imunidade e da absorção de alguns nutrientes, ou mesmo levar aquela pessoa a um quadro de desnutrição e desidratação”, explica. Oliveira conta que desconfortos gástricos, mesmo sem a presença de diarreia, constipação ou dores de cabeça também podem indicar intolerância à lactose.

Mudanças na dieta

O nutricionista recomenda que aqueles que têm confirmado o diagnóstico devem evitar leite, derivados e produtos que contenham leite na composição, mesmo que a intolerância seja em um grau reduzido. “Algumas pessoas têm um nível de intolerância mais reduzido e até aceitam comer alguns alimentos, uma quantidade mínima de lactose durante o dia. Mas, para a maioria das pessoas, sugiro que evite para, a longo prazo, não causar inflamação devido a diarreias frequentes e muitos gases”, afirma.

Com a retirada desses produtos da dieta, aqueles que não têm acesso aos alimentos sem lactose ou à enzima lactase, têm a necessidade de encontrar alimentos que possam repor os nutrientes que seriam consumidos no leite e em seus derivados, como proteínas, vitaminas lipossolúveis e, principalmente, o cálcio. Nesses casos, Oliveira indica que vegetais e itens como azeite, abacate e ovos sejam utilizados para suprir a carência. “É possível encontrar o cálcio em vegetais como brócolis e folhas verde-escuras, como acelga e a couve manteiga. No caso das proteínas, temos as carnes, ovos, frango, basicamente alimentos de origem animal, e alguns vegetais. Já em relação às vitaminas lipossolúveis, é possível consumir azeite e abacate, que conseguem suprir essa ‘deficiência’”, finaliza.