Olhar, avaliar e tomar decisões para o melhor

06:00 | Dez. 14, 2019

Foi numa das reuniões semanais entre os diversos órgãos que ajudam a compôr o trânsito de Fortaleza que se decidiu pela readequação de velocidade em avenidas da Capital. A av. Presidente Castelo Branco, mais conhecida como Leste-Oeste, foi uma das primeiras, passando a ter limite máximo de 50 km/hora. “Vimos o ranking das vias mais críticas de acidente de trânsito e ela era uma das primeiras. Junto a outras intervenções, em seis meses a gente conseguiu ter uma redução de 63% no número de atropelamentos”, afirmou a chefe do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR), Juliana Coelho.

No planejamento que ela define como macro, as avenidas Francisco Sá e Osório de Paiva também foram escolhidas. Nesta última, por exemplo, o quantitativo de acidentes com vítima foi reduzido 32%.

Mensalmente, o CTAFOR recebe cerca de 50 solicitações de semáforos. É a população querendo mais segurança para realizar seus deslocamentos. “Ampliamos em cerca de 60% a rede semafórica da cidade, quando comparamos 2012 com 2019. Com a expansão desses equipamentos, garantimos maior disciplinamento do tráfego para bairros que antes não eram contemplados”, comenta Juliana.

Para que os equipamentos sejam colocados, Juliana explica que são realizadas pesquisas de contagem de veículos, análise do uso do solo, índice de acidentes, dentre outros. Hoje, o tempo de resposta dessas análises é de 90 dias.

Para 2020, a AMC programa maior celeridade nesse processo. “Em Messejana, em um só cruzamento, tem pedido de semáforo de cinco pessoas diferentes”, exemplifica. Nesse processo de análise, engenheiros e arquitetos precisam passar uma semana observando a dinâmica do bairro, conhecendo os pontos críticos e conversando com a população. “Vamos analisar agora de forma macro, filtrando os processos que já existem. Envolvendo não só o semáforo, mas toda a sinalização”, destaca Juliana. Travessia elevada, prolongamento de calçada, iluminação, faixas exclusivas, ciclofaixa, operações no asfalto. Esse envolvimento inclui participação da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), da Secretaria de Infraestrutura (Seinf) e também da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).

Conforme Juliana, em 2020, um mutirão será realizado entre os órgãos. O objetivo é levantar todos os processos pendentes nos bairros mais críticos. “Vamos analisar cada bairro. Analisar em um mês e já delimitar a execução para os meses subsequentes. Seguir um cronograma. Marcou data, tem que cumprir. Isso é importante tanto para a gente se organizar quanto para a população saber quando o serviço será feito”, garante a chefe do Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR), Juliana Coelho.

VIDEOMONITORAMENTO

Desde o ano 2000 que Fortaleza tem videomonitoramento em pelo menos 30 pontos da Cidade. Em 2016, uma regulamentação do Governo Federal viabilizou o uso desse sistema para fiscalização de trânsito. O Controle de Tráfego em Área de Fortaleza (CTAFOR) já utilizava esse videomonitoramento para identificar semáforos danificados ou para acionar agentes de trânsito em caso de acidentes. O coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg em Fortaleza, Dante Rosado, destaca a importância do videomonitoramento, por exemplo, sobre o uso do cinto de segurança. “Em 2015, quando fizemos uma pesquisa sobre comportamento, 65% das pessoas usavam o cinto e não tinha o videomonitoramento. Nas pesquisas que fizemos este ano, 94% das pessoas usavam. E não foi feita nenhuma ação específica”, argumenta.

Destaque também para os efeitos do videomonitoramento junto aos motociclistas, que estão no topo da lista de acidentes no trânsito. “Quase 100% da utilização do capacete, principalmente nos trajetos curtos, é porque o cara não sabe onde o agente de trânsito está. Muitas vezes ele entra numa contramão não é porque não conhece a via, mas porque acha que ninguém fiscaliza”, acrescentou o gerente de Operação e Fiscalização da AMC, Disraelli Brasil.