Na prévia do PIB, Ceará avança pelo segundo mês consecutivo

Dados do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), do Banco Central, apresentam vigor da economia cearense, que avançou 0,6% em outubro

18:50 | Dez. 26, 2025

Por: Samuel Pimentel
Nível de atividade econômica do Ceará cresce pelo segundo mês consecutivo (foto: FÁBIO LIMA)

A economia cearense apresentou alta de 0,6% no mês de outubro no Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), medido pelo Banco Central. Esse é o segundo mês consecutivo de crescimento no indicador dessazonalizado, considerado a prévia do produto interno bruto (PIB).

O desempenho do Estado ficou acima da média Nordeste, que fechou o mês variando 0,1%.

O levantamento também traz informações sobre a variação da atividade econômica no período de três meses. No Ceará, o indicador ficou estagnado, com variação zero. Na Região, a média foi negativa em 1,6%.

Entre os vizinhos nordestinos, a economia de Pernambuco avançou 0,2% no mês. Já a da Bahia subiu 1%, o melhor desempenho do Norte e Nordeste.

Dentre os estados com as atividades econômicas mais relevantes e que fazem parte do IBCR, o melhor desempenho no mês de outubro foi o de Goiás, com alta de 2,7%, seguido do Rio de Janeiro (+2,2%) e da Bahia (+1%).

Estado com o maior PIB do País, São Paulo apresentou resultado negativo no IBCR de outubro, com retração de 0,8% na atividade econômica. No trimestre, a queda é de 0,4%.

Para o economista Alex Araújo, a atividade econômica cearense ficou um pouco abaixo da esperada para o mês e avalia que a tendência é que o movimento persista em novembro.

Ele observa que o alto nível de endividamento das famílias impediu maior consumo, mas acelerou a partir da liberação do 13º salário dos trabalhadores formais, o que deve ser percebido nos dados do fechamento do ano.

“Alguns indicadores específicos apresentaram desaquecimento leve, mas continuamos crescendo por conta da inércia, mas a uma velocidade menor. Somente com o pagamento do 13º vimos um aquecimento maior, então, veremos uma concentração do consumo muito forte em dezembro”, pontua.

O economista destaca que o movimento impacta especialmente a economia nacional neste segundo semestre. Pelo lado do Ceará, a “gordura” acumulada no começo do ano deve proporcionar um resultado de PIB superior à média nacional em 2025.

De acordo com dados observados ou sazonalizados, que permitem um recorte longo mais fiel - incluindo setores como agropecuária, indústria e serviços -, o Ceará apresenta um desenvolvimento de 1,8% na atividade econômica no período de 12 meses até outubro.

Já no acumulado de janeiro a outubro, o avanço é de 1,6%. Os valores são inferiores à média do Nordeste, que em 12 meses avançou 2,5% e em 2025 acumula alta de 2,1%.

Em suma, a atividade econômica cresceu em todas as cinco regiões do Brasil na comparação entre outubro deste ano e de 2024, no índice observado.

A maior alta, de 3,2%, ocorreu na região Norte. Em seguida, aparecem Nordeste (2,6%), Centro-Oeste (1,6%), Sudeste (1,2%) e Sul (1,1%).

Dos 13 Estados acompanhados pelo BC, somente dois registraram queda no período: São Paulo (-0,9%) e Paraná (-0,6%). Nos demais houve alta.

O maior aumento foi registrado no Rio de Janeiro (7,0%). Na sequência, aparecem Amazonas (5,7%), Goiás (4,7%), Bahia (4,0%), Santa Catarina (3,1%), Espírito Santo (2,5%), Pernambuco (2,3%), Ceará (1,7%), Pará (1,7%), Rio Grande do Sul (1,3%) e Minas Gerais (1,1%).

Entre as regiões, no acumulado do ano, o maior crescimento é do Centro-Oeste (5,8%), seguido por Norte (3,4%), Sul (2,9%), Nordeste (2,1%) e Sudeste (1,6%). Em 12 meses, a maior alta regional também é do Centro-Oeste (5,9%). (Com Agência Estado)

Dados da atividade econômica do Ceará, segundo o Banco Central - IBCR-CE / Out-25

  • CE
    Dados dessazonalizados
    Variação mensal (out-out): 0,6%
    Dados sazonalizados
    Variação trimestral (ago-set-out): 0,9%
    Variação no ano (jan-out 2025): 1,6%
    Variação em 12 meses: 1,8%
  • Nordeste
    Dados dessazonalizados
    Variação mensal (out-out): 0,1%
    Dados sazonalizados
    Variação trimestral (ago-set-out): 2,2%
    Variação no ano (jan-out 2025): 2,1%
    Variação em 12 meses: 2,5%
  • PE
    Dados dessazonalizados
    Variação mensal (out-out): 0,2%
    Dados sazonalizados
    Variação trimestral (ago-set-out): 0,9%
    Variação no ano (jan-out 2025): 0,3%
    Variação em 12 meses: 1,1%
  • BA
    Dados dessazonalizados
    Variação mensal (out-out): 1%
    Dados sazonalizados
    Variação trimestral (ago-set-out): 3,0%
    Variação no ano (jan-out 2025): 3,1%
    Variação em 12 meses: 3,1%
    Fonte: Banco Central

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