Frente Nacional dos Consumidores de Energia critica contratação de carvão em leilão
A FNCE diz que o leilão em si é necessário, mas afirma não ver justificativa técnica, econômica ou ambiental para a contratação desse tipo de energia
19:48 | Out. 24, 2025
A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) disse avaliar com preocupação as diretrizes do Leilão de Reserva de Capacidade de 2026, que prevê entre outras coisas a contratação de térmicas a carvão e óleo combustível.
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“Prevalece a influência do lobby dos grupos econômicos ligados aos combustíveis fósseis e uma inexplicável oposição à inclusão de soluções sustentáveis, eficientes e mais baratas. A um mês da COP 30, enquanto o país descarta 20% de sua capacidade de geração renovável por excesso de oferta, devido ao curtailment, o Governo Federal incentiva a contratação de carvão e fecha as portas às baterias”, critica a entidade em nota
A FNCE diz que o leilão em si é necessário, mas afirma não ver justificativa técnica, econômica ou ambiental para a contratação desse tipo de energia. “Os leilões de reserva de capacidade servem para assegurar a oferta de potência em momentos de maior necessidade do Sistema Interligado Nacional (SIN)”, argumenta a frente na nota.
O comunicado afirma que “isto requer a contratação de fontes que possam ser acionadas e desligadas rapidamente na medida do necessário e em momentos específicos". A nota segue afirmando que o "carvão não atende a essa condição além de ser, juntamente com o óleo combustível, um grande gerador de gases de efeito estufa” e acrescenta que o carvão não oferece segurança energética.
Na nota, a FNCE defende que o leilão considere alternativas como baterias e resposta à demanda e que o certame seja conduzido em condições adequadas de competitividade e neutralidade tecnológica e cita como regressão energética a inclusão da geração termelétrica à base de carvão e óleo combustível.