Ceará dá origem à Conferência Nacional que debate IA e direitos sociais

Evento em São Bernardo do Campo discute impactos da inteligência artificial no trabalho e lança manifesto por direitos sociais, mas nasceu de iniciativa local

09:00 | Set. 27, 2025

Por: Mariah Salvatore
Conferência Nacional debate inteligência artificial, direitos sociais e futuro do trabalho (foto: Vincent Michel/PHOTOPQR/OUEST FRANCE/MAXPPP/picture alliance)

Objetivo e abrangência do evento

O encontro busca reunir diferentes segmentos sociais para debater os impactos da revolução digital, especialmente da inteligência artificial e da robótica, no Brasil e no mundo. Segundo Vital, profissões como bancários, comerciários e advogados já enfrentam perda de postos de trabalho com o avanço dessas tecnologias.

“Precisamos compreender essa realidade na nova divisão internacional do trabalho e na atuação das big techs, que investem bilhões para colocar países como o Brasil em posição subalterna”, afirmou.

A conferência já conta com inscrições de representantes de 17 estados e deve reunir mais de 400 participantes presenciais, entre lideranças sindicais, estudantes, pesquisadores, organizações sociais e universidades federais e estaduais.

Documento final e criação da Frente Nacional

O encerramento, no dia 3 de outubro, resultará no Manifesto de São Bernardo do Campo por Inteligência Artificial com Direitos Sociais, documento que apresentará um diagnóstico sobre os impactos da IA, proporá ações e caminhos e lançará oficialmente a Frente por Inteligência Artificial com Direitos Sociais Brasil, articulando representações de diferentes estados.

Apoio e pautas em debate

A conferência é viabilizada principalmente por entidades sindicais, recuperando o protagonismo histórico do movimento sindical do ABC paulista nas lutas sociais. O evento conta ainda com participação de universidades, conselhos profissionais e representantes de governos.

Entre as pautas que devem ganhar destaque estão a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, a renda básica universal e a reciclagem profissional para trabalhadores com mais de 50 anos e para jovens.

“Estamos diante da maior revolução tecnológica da história da humanidade. É preciso sensibilizar parlamentares, governantes e a sociedade para compreender os impactos da inteligência artificial e agir de forma coletiva para proteger os trabalhadores e suas famílias”, concluiu Vital.

Local, formato e transmissão

As atividades presenciais serão realizadas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e no campus da Universidade Federal do ABC (UFABC). Haverá também transmissão ao vivo pelas redes sociais da Frente IA com Direitos Sociais no Instagram, Facebook e YouTube.

Inteligência Artificial: o Brasil tem algumas perspectiva de regulamentar? | O POVO News

Mais notícias de Economia