Supersafra de coco e mais de 1,8 mil produtores sentirão tarifaço no CE, diz associação

Quase 90% da produção das duas principais indústrias que beneficiam coco no Estado são vendidas aos Estados Unidos

08:00 | Jul. 31, 2025

Por: Samuel Pimentel
Associada geralmente ao litoral, produção de coco cresceu, sobretudo, no interior cearense (foto: Divulgação)

A fundadora da Associação Nacional dos Produtores de Coco (Aprococo), Rita Grangeiro avalia que o segmento, por ficar fora da lista de exceções publicada pelo governo Donald Trump, pode entrar em crise no Ceará.

Quase 90% da produção das duas principais indústrias que beneficiam coco no Estado são vendidas aos Estados Unidos e o momento é de uma supersafra.

Ela destaca que a taxação de 50%, que entra em vigor no dia 6 de agosto, pode chegar à ponta. Em um raio de aproximadamente 150 km (de Paraipaba), são pelo mais de 1,7 mil a 1,8 mil produtores.

“É um desastre. Vai impactar o pequeno produtor lá na ponta com a queda no preço. Com os contratos de exportação, eu pagava R$ 1,80 por 1 litro de água de coco. Agora, é esperar que esse preço fique em R$ 1,20, mas já tem gente pagando R$ 1 só pela crise e assim não banca o custo de produção”, aponta.

Segundo ela, o momento do anúncio da tarifação foi o pior possível, pois há uma supersafra sendo colhida.

Isso faz com que, mesmo com as exportações em alta, ainda haja coco cobrando no Ceará. A proporção é comparável ao período de seca extrema ocorrido na década passada, última crise enfrentada pelo setor.

Em julho, total de US$ 3 milhões em água de coco foram exportados somente de uma das cinco fábricas, sendo que 90% da produção foi destinada aos Estados Unidos. Outra operação fabril exportou aproximadamente 80% de sua produção ao país.

Veja lista completa dos 694 produtos isentos da taxa de 50%, segundo a Casa Branca:

 

Mais notícias de Economia