Setor produtivo não pode continuar sendo o fiador do ajuste econômico, diz Fiec
Em nota, a Federação das Indústrias dos Ceará criticou a elevação da taxa de juros para 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos
19:03 | Jun. 19, 2025
A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 15% ao ano - o maior patamar em quase 20 anos - causou indignação no setor produtivo brasileiro.
Em nota emitida nesta quinta-feira, dia 19, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) manifesta preocupação com a decisão e destaca que “o setor produtivo não pode continuar sendo o fiador do ajuste econômico do país”.
“Trata-se de um dos níveis mais elevados da história recente do Brasil, que impõe um custo
inaceitável para a produção industrial e penaliza especialmente as indústrias do Ceará, que
enfrentam maiores desigualdades estruturais e dificuldades no acesso ao crédito”, afirmou o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, que assina o comunicado.
Também reforça que elevar os juros a um patamar tão alto coloca o Brasil em uma posição completamente descolada do restante do mundo, onde os juros reais estão em trajetória de queda.
A entidade explica que a justificativa de combate à inflação é fundamental, porém não se pode ignorar os “efeitos colaterais profundos” que o choque monetário traz para economia, como a retração de investimentos, paralisação de projetos, fechamento de linhas de produção e aumento do desemprego no setor industrial.
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O que, na avaliação do setor, também compromete a previsibilidade necessária para que o setor privado possa planejar investimentos de médio e longo prazo, sobretudo, aqueles voltados à inovação, sustentabilidade e geração de emprego formal.
O comunicado defende que política monetária e a política fiscal são complementares e precisam estar alinhadas. “A Fiec reitera a importância do compromisso com o controle inflacionário, mas alerta que não se constrói uma nação competitiva sacrificando a produção e o emprego. É preciso uma política monetária mais equilibrada e uma política fiscal responsável, que juntas promovam a retomada do crescimento industrial e atendam à urgência da reindustrialização do país”
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