Endividamento em Fortaleza tem menor índice desde dezembro de 2020
Segundo pesquisa realizada pela Fecomércio-CE, o volume de dívidas na capital cearense chegou a 70,6%
11:39 | Abr. 20, 2023
O endividamento em Fortaleza diminuiu e chegou a 70,6%. É o que revela pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-CE), por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) no bimestre março/abril de 2023.
De acordo com o estudo, o volume de dívidas na capital cearense retornou ao patamar observado para o período anterior à pandemia da Covid-19, sendo o menor nível desde dezembro de 2020, quando a taxa foi de 65,2%.
O índice apresentou redução de 4,8 pontos percentuais quando comparado com o último bimestre encerrado em fevereiro, de 75,4%, e ficou também abaixo do observado no igual período de 2022 (76,5%).
Já a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve uma leve redução, passando de 22,2%, no bimestre janeiro/fevereiro, para 22,1% no atual período.
As dificuldades em honrar os compromissos financeiros afetam mais as mulheres (23%), os consumidores com idade acima dos 35 anos (25,1%) e da classe com renda familiar mensal acima de dez salários-mínimos (32%).
O tempo médio de atraso para pagamento é de 72 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 47,0% das respostas.
O segundo motivo mais mencionado é o desequilíbrio financeiro, citado por 46,3% dos entrevistados, seguido da contestação das obrigações (5,5%) e da perda de prazo por esquecimento (4,6%).
Comprometimento da renda
De acordo com o estudo, o consumidor de Fortaleza está comprometendo, em média, 40,5% da renda familiar com o pagamento das dívidas, percentual abaixo do observado no bimestre anterior (42,4%) e do verificado no igual bimestre do ano passado (43,3%), sinalizando uma tendência de melhora do indicador que atingiu o seu pico no segundo semestre de 2022.
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito (78,1%), financiamento bancário de veículos, imóveis ou outros bens (14,0%), empréstimos pessoais (8,3%), carnês e crediários (3,9%) e cheque especial (1,4%).
A pesquisa mostra ainda que os principais responsáveis pelo endividamento são os gastos correntes, com destaque para a compra de alimentos a prazo, citado por 57,9% dos consumidores entrevistados, o pagamento de aluguel residencial (18,1%), o custeio da educação (13,6%) e a cobertura de despesas de saúde (9,7%).
O valor médio das dívidas é de R$ 1.624, com prazo médio de oito meses.
Inadimplência potencial
A proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos registrou aumento, atingindo o patamar de 11,1% no bimestre março/abril, em comparação aos 9,1% identificado em janeiro/fevereiro. O índice também mostra piora com relação ao igual período de 2022, quando foi mensurado em 10,5%.
Na divisão por grupos, as maiores inadimplências registradas foi entre mulheres (12,1%), do grupo com idade acima dos 35 anos (13,7%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários-mínimos (11,7%).
Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 79,9% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento dos gastos e rendimentos. Outros 10,5% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos e 9,6% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz do que é gasto.