Privatização da Eletrobras pode aumentar a conta de luz em até 25%, diz Dieese

Segundo o levantamento, a energia gerada pelas hidrelétricas da estatal tem o valor regulado a preço de custo. Com a privatização, poderá ser comercializada a preços maiores

16:43 | Jun. 08, 2022

Por 7 votos a 1, no dia 18 de maio, o TCU deu aval ao Governo para privatizar a Eletrobras. Governo pretende fazer desestatização até agosto (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A privatização da Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina, pode afetar o preço da conta de luz e deixar o serviço ainda mais caro, com aumento entre 15% a 25%, segundo estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo o levantamento, a energia gerada por vinte hidrelétricas da Eletrobras tem o valor regulado e, para atender principalmente o consumidor residencial, entra no sistema elétrico brasileiro a preço de custo. Com a privatização, a energia dessas usinas será comercializada a preços maiores.

Além disso, alguns dos “jabutis” (partes inseridas pouco relacionadas à proposta original) incluídos na privatização, como a contratação de termelétricas, prorrogação de subsídios a empreendimentos já amortizados, podem gerar impacto no valor da tarifa.

Dieese diz que privatização coloca soberania do País no setor elétrico em xeque

A pesquisa também apresenta os resultados que a privatização da Eletrobras trará para o cenário nacional, principalmente em relação à soberania energética do país. Atualmente, dos 10 maiores geradores de energia de fonte hidrelétrica no mundo, oito países mantêm controle estatal. Com a privatização, a participação do governo na empresa será reduzida para cerca de 45%.

Para o Dieese, “as questões de soberania e segurança energética, os desafios relacionados à transição energética e as demandas por maior democratização do acesso à energia elétrica ensejam o controle estatal no setor”. Com a privatização, há grande risco de perda de controle sobre a política nuclear brasileira.

Confira o estudo na íntegra

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