Preço da carne em Fortaleza foi o segundo que mais subiu no País

Somente nos primeiros cinco meses deste ano, a alta acumulada para o produto em Fortaleza é de 11,01%. Atrás apenas de Rio Branco (AC), onde os preços aumentaram 15,34%.

12:42 | Jun. 09, 2021

Preço da carne continua proibitivo para muitas famílias (foto: BARBARA MOIRA)

Comer carne vermelha está virando, praticamente, um artigo de luxo na região metropolitana de Fortaleza. Somente nos primeiros cinco meses deste ano, o preço da carne já subiu 11,01%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É quase o dobro da média brasileira no período, 5,86%, e a segunda maior alta no País. Perde apenas para os reajustes praticados em Rio Branco (AC), onde o produto acumula alta de 15,34% no ano.

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Em maio, a variação mensal para o preço do produto em Fortaleza foi de 3,44%, a terceira maior do País. Com um peso relevante na composição do indicador da inflação cearense, de 3,42%, o item foi também um dos que mais subiram de preço no mês e contribuíram para a alta de 1,10% na inflação do mês.

No comparativo de doze meses, o aumento chega a expressivos 34,55%. Mas essa não é uma situação pontual. A disparada nos preços da carne ocorre em todo o País e há algum tempo. Para se ter uma ideia, usando esse mesmo parâmetro de comparação, de doze meses, a inflação média para o item é de 38%. E, em Rio Branco, já chega a 59,27%. 

Dentre os motivos por trás da disparada nos preços, está o dólar caro, atualmente cotado acima de R$ 5, e o aumento nas exportações, o que diminui a oferta de carnes no mercado interno, segundo o IBGE.

O dólar caro impacta toda cadeia produtiva da carne. Primeiro porque encarece os custos com matéria-prima, sobretudo, o milho e a soja usados na alimentação dos animais. Mas também porque torna mais atrativa a exportação dos produtos para o exterior.

Mas a queda no consumo, decorrente da perda de renda dos brasileiros em função da pandemia, também influencia nos preços. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, em 2021, o consumo do produto caiu ao menor nível em 25 anos. Atualmente, cada brasileiro consome, em média, 26,4 quilos de carne ao ano, queda de quase 14% em relação a 2019.

Também é preciso considerar que Fortaleza importa 95% da carne que consome de outras regiões, sobretudo, Pará, Goiás e Maranhão. Logo, as dificuldades logísticas, que se tornaram mais caras na pandemia, também contribuem para essa conta.