Cancelamento do Carnaval afeta mais da metade da indústria hoteleira

Os dados são de uma pesquisa da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) que mostrou que 58% dos empresários avaliam que estão com menos de 50% de ocupação neste período.

10:53 | Fev. 16, 2021

 No início do mês de abril, ocupação de hotéis no Ceará era de 10% segundo a ABIH (foto: Barbara Moira)

Sem o feriado do Carnaval, a taxa de ocupação na rede hoteleira despenca no Brasil. Uma pesquisa da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) mostrou que a maior parte dos hotéis e pousadas estão com menos de 50% de ocupação durante a semana do feriado.

Por outro lado, 32% dos empresários acreditam que ainda conseguirão ocupar de 50% a 70% da hospedagem local; e apenas 10% esperam uma movimentação de 70% a 90%.

"Nos principais destinos turísticos, onde o carnaval é reconhecido nacionalmente, não teremos os famosos desfiles e blocos de rua. Além disso, muitas capitais também optaram por cancelar o ponto facultativo nas datas destinadas à folia. O agravamento da situação sanitária inviabiliza a realização do evento", informa Alexandre Sampaio, presidente da FBHA.

Ele ressalta que enquanto a vacina não estiver disponível em grande escala para a população, a tendência é que outras grandes comemorações sofram, igualmente, com cancelamentos, o que impactará toda a cadeia produtiva do setor.

No ano passado, o Turismo teve uma perda de 437,9 mil postos de trabalho formal, sendo uma redução de 12,5% de força de trabalho. O segmento de hospedagem respondeu por 65,4 mil dessas vagas.

Por enquanto, ele informa que não há expectativa para reverter esse quadro, nem com contratações temporárias. “Esse tipo de modalidade trabalhista é muito comum no Brasil, principalmente durante o feriado carnavalesco. Com o cancelamento das atividades, não teremos como movimentar o mercado, o que trará problemas estruturais para a geração de renda no País. É um problema que poderá se repetir ao longo do ano, levando em consideração a instabilidade que sofremos devido à infecção viral”, pontua o presidente da FBHA.