Dívida líquida do setor público no Ceará passa de R$ 14 bilhões

O montante é referente à dívida líquida dos governos estadual, capital e municípios fechada em dezembro de 2020, de acordo com o Banco Central. Alta de 48,7% em comparação com igual mês de 2019

11:56 | Jan. 29, 2021

A dívida já representa 30,2% da Receita Corrente Líquida (foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

A dívida líquida dos governos - estado, capital e municípios - no Ceará fechou o mês de dezembro de 2020 em mais de R$ 14 bilhões. O montante é 48,7% maior do que o registrado em igual mês do ano anterior e já representa 30,2% da receita corrente líquida (RCL). Os dados fazem parte das estatísticas fiscais regionais divulgadas nesta sexta-feira, 29, pelo Banco Central.

O conceito de dívida líquida refere-se ao total das obrigações do setor público, deduzido dos seus ativos financeiros junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados.

Em dezembro de 2019, a dívida líquida cearense era de R$ 9,4 bilhões, o que representava 21,7% do total da RCL.

No acumulado em doze meses, encerrado em dezembro, a necessidade de financiamento do setor público no Ceará somou R$ 1,2 bilhão (2,6% da RCL). Somente os juros nominais atingiram a marca de R$ 566 milhões.

No Nordeste, a dívida líquida dos governos no Ceará apenas não é maior que a da Bahia, que está em R$ 25,4 bilhões. No outro extremo, está a Paraíba, com uma dívida líquida de R$ 460 milhões (2% da RCL). Somados os números dos nove estados, o montante chega a R$ 74,1 bilhões, o equivalente a 23,8% da receita corrente líquida da Região.

No Brasil, a dívida líquida do setor público (DLSP) atingiu R$ 4,670 trilhões e passou de 61,8% do PIB em novembro para 63,0% do PIB em dezembro de 2020, patamar também recorde para o encerramento de um ano. No fim de 2019, ela estava em 54,6% do PIB.

Já a dívida bruta do Governo Geral, que abrange Governo Federal, estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais, fechou dezembro aos R$ 6,615 trilhões, o que representa o patamar recorde de 89,3% do PIB.

A dívida bruta é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.