Taxa de juros para fim de 2021 passa de 3% para 3,25% ao ano

Nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais alta, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia, o que pode elevar a Selic

09:29 | Jan. 11, 2021

Preço dos alimentos tem puxado elevação da inflação, o que pode impactar na taxa de juros como controle de altas (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 11, que a mediana das previsões para a Selic neste ano foi de 3% para 3,25% ao ano. Há um mês, estava em 3%. No caso de 2022, a projeção foi de 4,50% para 4,75% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, seguiu em 6%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.

Em dezembro passado, ao manter a Selic em 2% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preparou o terreno para possível elevação dos juros em 2021. O motivo é que as projeções de inflação estão se aproximando das metas perseguidas pelo BC nos próximos anos. A avaliação é que a instituição poderá acabar com o chamado "forward guidance" (ou prescrição futura, na tradução do inglês).

Adotado em agosto, o "forward guidance" é uma indicação técnica do BC de que não pretende elevar os juros se a inflação seguir sob controle e o risco fiscal não se alterar. O problema é que, nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais salgada, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia.

Ao avaliar o cenário, o BC afirmou que "em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas". Na prática, se retirar esta mensagem técnica de suas comunicações, o BC ficará mais livre para elevar os juros se achar necessário.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus (Top 5), a mediana da taxa básica em 2021 foi de 3% para 2,88% ao ano, ante 3,13% de um mês antes. A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 4%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, seguiu em 4,75%, igual a quatro semanas antes.