Brasil retoma da produção de urânio na Bahia

20:43 | Dez. 01, 2020

Mineral Urãnio INB Caetité (foto: Marcelo Correia / Divulgação - INB)

O governo federal retomou nesta terça-feira (1º) a produção de urânio na Unidade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caetité, na Bahia. Na solenidade que marcou a retomada, uma detonação simbolizou o início da lavra a céu aberto em uma nova área, a Mina do Engenho. Na Unidade de Concentração de Urânio (URA) são realizadas as duas primeiras atividades do ciclo do combustível nuclear: a mineração e o beneficiamento do minério. O resultado será o Concentrado de Urânio, também conhecido como yellowcake (U3O8). Na solenidade de retomada, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou a importância da energia nuclear para uma matriz energética baseada nos princípios do desenvolvimento sustentável. Segundo o ministro, análises do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas e da Agência Internacional de Energia indicam significativa participação da fonte nuclear pelos próximos 30 anos para atender às demandas de geração de energia de base e em larga escala para a transição energética para descarbonização da economia. “Esta retomada é a primeira fase para consolidar nossa proposta de tornar o Brasil autossuficiente e um exportador de yellowcake”, afirmou o ministro. Segundo a INB, em Caetité, foram produzidas 3.750 toneladas de concentrado de urânio entre 2000 e 2015, a partir da primeira área lavrada, a Mina Cachoeira. Desde a exaustão dos recursos passíveis de lavra a céu aberto no local, as atividades de mineração estavam paralisadas. O urânio é a matéria-prima para fabricação do combustível que abastece as usinas nucleares de Angra dos Reis. A expectativa é que sejam produzidas 260 toneladas de concentrado de urânio por ano, quando a Mina do Engenho atingir a sua capacidade plena, o que deve ocorrer em 2022. Segundo estimativa da INB, a retomada da produção tem impacto na geração de empregos na região, com 600 postos diretos e cerca de 1.800 indiretos. A expectativa da empresa é que haja uma injeção de R$ 76 milhões na economia, com cerca de R$ 30 milhões/ano em recolhimento de impostos estaduais e municipais.