Bolsa: "É muito cedo para falarmos sobre o fim dessa série de quedas", diz economista

Álvaro Villa acredita que a recuperação passa pela diminuição ou controle da Covid-19, que vem causando insegurança no mercado financeiro

19:49 | Mar. 12, 2020

Passageiros que usam máscaras como medida de precaução para evitar a contração do novo coronavírus, COVID-19, chegam em um voo da Itália no Aeroporto Internacional de Guarulhos. (foto: Nelson ALMEIDA / AFP)

Os efeitos nos mercados financeiros ao redor do mundo devem continuar enquanto uma solução médica não for encontrada para controlar a pandemia de Coronavírus (Covid-19) ao redor do mundo. Isso é o que avalia o economista e responsável pela mesa de operações da Messem Investimentos, Álvaro Villa. Ele aponta que no longo prazo é possível recuperar perdas, mas a pauta urgente é remediar as perdas.

"É muito cedo para falarmos sobre o fim dessa série de quedas, ainda temos cerca de 14 dias para confirmações numerosas do Covid-19 e a insegurança do mercado seguirá acentuada. Toda atenção é necessária para administração dos investimentos", comenta.

Os impactos nos mercados já são visíveis. Somente na Bolsa brasileira, a B3, nesta semana, o mecanismo de circuit breaker, que interrompe as negociações após perdas superiores a 10% no dia, foi acionado pela quarta vez, um recorde. Somente nesta quinta-feira, 12, o alarme foi acionado duas vezes e a desvalorização foi de quase 18%.

Na avaliação de Álvaro, a forte queda na Bolsa de Valores, ocorreu principalmente com o aumento de casos do Covid-19 no País. "A queda livre se deve ao fato de o Brasil registrar rápido aumento no número de casos do Coronavírus, aliado à declaração da chanceler alemã, Angela Merkel, de que 70% dos alemães possuem grandes chances de serem contaminados", observa.

Juros

O economista acredita que medidas como a redução dos juros podem contribuir no momento de recuperação econômica. "Nos cabe, também, já discutirmos sobre as possibilidades de recuperação econômica. O que será feito? É necessário que a próxima reunião do Copom [na próxima quarta-feira, 18 de março], reduza, no mínimo, mais 1% da Taxa Selic, pois o sistema monetário deve ser o primeiro a se movimentar, seguido por disponibilização de incentivos fiscais para setores e, então, definições regulatórias, para reiniciarmos o ciclo de estímulo econômico".