Ministério deve definir modelo de participação de Angra 3 este mês
18:34 | Ago. 13, 2019
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros dos Santos, disse hoje (13), em Florianópolis, que até o final deste mês deverá ser definido o modelo de participação da Usina de Angra 3. Santos participou nesta terça-feira de um workshop promovido pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abpti), dentro do evento Innovation Summit Brasil 2019, que ocorre até amanhã (14), em Florianópolis.
Em entrevista à Agência Brasil após palestra no evento, o secretário disse que a previsão é que Angra 3 esteja concluída em 2026. “Foi definido o preço de referência, preço que acho que é atrativo para a competição na disputa dos participantes. Acho que até o final de agosto a gente define a modelagem da participação da iniciativa privada. Em seguida, tem a competição, de tal sorte que possamos, em meados de 2020, começar efetivamente a retomada da obra e concluí-la, definitivamente, em janeiro de 2026”, disse.
Mais de 60% da Usina de Angra 3 foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado que será selecionado a partir da definição do modelo.
Confiabilidade energéticaO secretário explicou que a obra é importante para dar uma grande confiabilidade energética para a Região Sudeste do país. “[Angra 3] é uma usina cuja localização é importante porque está no centro de cargas [da região] do Sudeste. É uma usina de geração de energia limpa. Uma usina em que a produção de energia e o fator de capacidade é da ordem 99%, com alta confiabilidade. Isso significa dizer uma geração mais próxima da carga, com redução de custos de transmissão e de perda”, disse.
Santos disse que também é importante em relação a Angra 3 é que a usina utiliza combustível nacional. “Não temos dependência de variação de políticas externas porque é um combustível nacional disponível e isso faz com que tenhamos uma indústria mais competitiva. E quando se desenvolve a indústria nuclear, você traz não só atributo para a geração de energia mas a perspectiva de continuar com o país na vanguarda que queremos”, disse, ressaltando que a tecnologia nuclear é desenvolvida também nas áreas de medicina e agricultura, por exemplo.
Segundo informações da Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a usina de Angra 3 terá potência de 1.405 megawatts, com capacidade de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia que seria suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período.
Caminhões da ChinaO secretário disse também que, em agosto, chegam ao país cinco caminhões, provenientes da China, para atuar na distribuição de GNL (Gás Natural Liquefeito). Eles devem começar a fazer o transporte de gás a partir de setembro na cidade de Aracaju.
“A Golar [Power, uma joint venture] está importando cinco caminhões da China e tem, como objetivo, pegar o gás e fazer a distribuição nas cidades. Se no passado precisava construir gasoduto para isso, hoje se tem mais flexibilidade de transporte de gás natural”.
* A repórter viajou a convite da organização do evento Innovation Summit