Dólar atinge maior alta em duas semanas sob influência do ruído político e exterior

O dólar atinge seu maior nível em quase duas semanas nesta quinta-feira, 1, com o real liderando perda entre as principais moedas, mesmo após ter registrado o pior novembro dos últimos oito anos.

O operador de câmbio de um banco estrangeiro cita saídas de recursos, que teriam iniciado na última quarta-feira, 30, e se estendem até esta quinta-feira. Geralmente, dezembro é um mês de fluxo negativo, devido à intensificação de remessas de lucros e devidendos. O risco de saídas de capital cresce conforme os mercados tem que o banco central americano (Fed) possa indicar a elevação dos juros além da já contratada para este mês.

O cenário político atual do Brasil com com embate entre o Legislativo e Judiciário, manifestações, queda de ministros do governo e receios em torno da delação da Odebrecht acaba influenciando o câmbio.

O operador diz que a reação mais aguda do mercado nesta quinta-feira pode ter relação com o fato do Banco Central não ter anunciado  leilões de rolagem de linhas de dólares. Em relação às rolagens de swaps cambiais tradicionais (US$ 5 bilhões a vencer no começo de janeiro), ele diz que a expectativa é que o BC faça essas operações, mas que as anuncie ao longo do mês, gerenciando os leilões no sentido de conter de forma mais apropriada pressões à taxa de câmbio vindas do exterior.

Às 11h26 desta quinta-feira, horário de Brasília, o dólar tinha alta 1,27%, a R$ 3,430, após ter alcançado R$ 3,446, máxima desde 25 de novembro. Informações obtidas pelo Valor econômico.