Se política fiscal ajudar, custo da política monetária será menor, diz Goldfajn
22:30 | Jul. 07, 2016
Goldfajn salientou que o déficit fiscal tem sido "difícil" e que dos R$ 170 bilhões do rombo previsto para este ano, R$ 140 bilhões foi causado por revisão de receitas. Ele enfatizou que é preciso observar também se as mudanças estruturas estão sendo colocadas. Como exemplo, citou que o teto de crescimento dos gastos públicos é uma ação que explicita o que não estava sendo falado nos últimos anos. Esta é uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que agora estará nas mãos do Congresso.
O presidente do BC questionou ainda que impostos podem subir no caso de não haver mais espaço para cortes. "Vamos ter essa discussão todos os anos", previu. Por isso, de acordo com ele, é preciso verificar o resultado fiscal de curto prazo, mas manter a perspectiva de médio prazo e averiguar quais são suas consequências, principalmente sobre as expectativas de inflação.
Dívida pública - Em relação à dívida pública, Goldfajn disse que há vários fatores que condicionam o ambiente da economia brasileira. Ele defendeu, no entanto, que a estabilidade da dívida é "fundamental". "Não precisa ser imediata, dado que, de onde vem, vai ser difícil estabilizar no curto prazo, mas é preciso saber que vai se estabilizar num futuro não muito distante, em alguns anos", avaliou, acrescentando que essa relação da dívida com o Produto Interno Bruto (PIB) ainda subirá "por algum tempo". Para o presidente do BC, também é importante saber que haverá recuperação das receitas em algum momento. (Célia Froufe - celia.froufe@estadao.com)