Parallaxis: Caged mostra que fôlego das empresas para evitar demissões terminou
17:10 | Abr. 22, 2016
O resultado de março não foi tão negativo quanto o previsto pela consultoria, que esperava fechamento de 136.600 vagas. "Eu estava mais pessimista, mas ainda assim o número é muito negativo", afirmou. O que surpreendeu o economista foi o setor de serviços. "Eu previa corte ao redor de 36 mil, 37 mil postos", disse. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), houve 18.654 desligamentos neste segmento. Por outro lado, o resultado geral (corte de 118.776 vagas) ficou pior do que apontava a mediana negativa de 95.000 postos encontrada na pesquisa realizada pelo AE Projeções com economistas.
Contudo, o economista alerta que a situação do emprego no setor de serviços tende a se agravar, na medida em que há sinais claros de impacto da recessão. "Já vemos, por exemplo, a inflação de serviços arrefecendo, como efeito da queda da demanda", citou.
Leão não vê no curto e médio prazos um ponto de inflexão para o mercado de trabalho, que ainda deve sofrer pelo menos até o começo do ano que vem. "Antes de melhorar, vamos ter muita oscilação nos dados de emprego, com recuperação num mês e piora em outro. Somente no segundo trimestre de 2017 poderemos observar melhora marginal", afirmou. Em seu cenário, o País deve ter fechamento de 1,5 milhão de postos de trabalho em 2016.
Ainda que as exportações tragam um viés de alívio, por exemplo, para o setor industrial, isso não será suficiente para frear o processo de deterioração no mercado de trabalho. "É difícil imaginar que o Brasil vai se tornar um grande mercado exportador. O mercado interno é que tem de melhorar. Só as exportações não vão conseguir trazer de volta o dinamismo. E, ainda, lá fora o panorama também não é tão animador", avaliou.