BC divulga nota do Setor Externo

De acordo com a publicação, em fevereiro, as transações correntes apresentaram deficit de US$1,9 bilhão, acumulando nos últimos 12 meses deficit de US$46,3 bilhões, equivalente a 2,67% do PIB

11:17 | Mar. 23, 2016

Banco Central divulgou nesta quarta-feira,23, nota do Setor Externo. De acordo com a publicação, em fevereiro, as transações correntes apresentaram deficit de US$1,9 bilhão, acumulando nos últimos 12 meses deficit de US$46,3 bilhões, equivalente a 2,67% do PIB.

Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$1,4 bilhão, com destaque para ingressos líquidos de investimento direto no país de US$5,9 bilhões. A conta de serviços registrou despesas líquidas de US$1,9 bilhão no mês, recuo de 31,3% na comparação com o resultado de fevereiro de 2015. As despesas líquidas com transportes recuaram 64,5%, na mesma base de comparação, atingindo US$211 milhões.

O item viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$242 milhões, redução de 75%, comparada ao ocorrido no mesmo mês do ano anterior. O resultado foi influenciado pela retração de 43,5% nos gastos de brasileiros em viagens ao exterior e aumento de 15% nas despesas de viajantes estrangeiros ao Brasil. Destacaram-se as reduções nas despesas líquidas com aluguel de equipamentos, 4,3%, e serviços de propriedade intelectual, 30,8%, enquanto os gastos líquidos com telecomunicação, computação e informações elevaram-se 131,8%, para US$209 milhões.

As despesas líquidas de renda primária somaram US$3,1 bilhões em fevereiro, aumento de 111,3% comparadas ao mesmo mês de 2015. As remessas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$2,5 bilhões, ante US$377 milhões em mês correspondente do ano anterior, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US693 milhões, recuo de 38,9% no período comparativo.

As rendas de investimento direto registraram despesas líquidas de US$2,3 bilhões, ante US$298 milhões em fevereiro do ano anterior. As despesas líquidas de renda de investimentos em carteira atingiram US$771 milhões, compostas por despesas líquidas de lucros e dividendos, US$404 milhões; de juros de títulos negociados no mercado externo, US$121 milhões; e no mercado interno US$247 milhões.

A despesa líquida de renda de outros investimentos somou US$300 milhões, redução de 20,6% comparado ao mês equivalente do ano anterior, enquanto as receitas de reservas cresceram 14,8%.
No mês, as receitas líquidas da conta de renda secundária somaram US$275 milhões, superando o ocorrido em fevereiro de 2015 em 29,8%. A receita líquida de transferências pessoais atingiu US$105 milhões em fevereiro, 62,6% acima do observado em mesmo mês do ano anterior.

Investimentos

Os investimentos diretos no exterior registraram aplicações líquidas de US$293 milhões em fevereiro, concentrados em participação no capital, US$370 milhões, já incluídos os lucros reinvestidos no exterior.

Os investimentos diretos no país tiveram o total de ingressos líquidos de US$5,9 bilhões no mês, dos quais US$4 bilhões em ingressos líquidos de participação no capital, incluídos lucros reinvestidos de US$1,7 bilhão, e US$1,9 bilhão em ingressos líquidos de operações intercompanhias.

No mês, os investimentos em carteira passivos apresentaram diminuição líquida de US$5,1 bilhões, destacando-se saídas líquidas de títulos de renda fixa, US$5,9 bilhões, compostas por saídas líquidas de US$3,9 bilhões em títulos negociados no mercado doméstico, e de US$2 bilhões em títulos negociados no mercado externo. Os investimentos em ações e em fundos de investimentos registraram, na ordem, ingressos líquidos de US$639 milhões e US$231 milhões.

Em fevereiro, os outros investimentos ativos registraram retornos líquidos de US$147 milhões, compreendendo expansão de US$776 milhões em depósitos de propriedade de empresas não financeiras e redução de US$4,8 bilhões em depósitos de bancos brasileiros no exterior. Os ativos em créditos comerciais e adiantamentos aumentaram US$3,1 bilhões em fevereiro.

Os outros investimentos passivos registraram captações líquidas de US$650 milhões no mês. As amortizações líquidas de empréstimos de longo prazo atingiram US$1,6 bilhão, enquanto os ingressos líquidos de empréstimos de curto prazo totalizaram ingressos líquidos de US$1,2 bilhão no mês.

Reservas internacionais


As reservas internacionais no conceito liquidez apresentaram o total de US$371,7 bilhões em fevereiro de 2016, aumento de US$1,9 bilhão em relação ao mês anterior. O estoque de linhas com recompra permaneceu em US$12,3 bilhões em fevereiro. A receita de remuneração das reservas somou US$226 milhões no mês, enquanto as variações por preços e por paridades aumentaram o estoque em US$415 milhões e US$1,1 bilhão, respectivamente. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$359,4 bilhões em fevereiro, aumento de US$1,9 bilhão em relação ao mês anterior.

Dívida externa

A posição da dívida externa bruta estimada para fevereiro de 2016 obteve o total de US$330,7 bilhões, diminuição de US$3,9 bilhões em relação ao montante apurado para dezembro de 2015. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$276,3 bilhões, diminuição de US$7,3 bilhões, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$54,4 bilhões, aumento de US$3,4 bilhões, no mesmo período.

Entre os apontamentos da variação da dívida externa de longo prazo no período, destacam-se as amortizações de empréstimos e de títulos do setor financeiro, US$5,5 bilhões e US$2 bilhões, respectivamente. A variação da dívida externa de curto prazo decorreu principalmente de empréstimos contraídos por setores financeiro e não financeiro, US$2 bilhões e US$1,3 bilhão, respectivamente.

 

Redação O Povo Online