Superávit de 1,2% do PIB é quase impossível após dados do Tesouro, diz economista
"Para chegarmos a esse porcentual (de 1,2% do PIB), ou um total de R$ 66 bilhões, o governo central teria de contribuir com R$ 55 bilhões de superávit", disse. "Ou seja, é praticamente impossível, pois o governo teria de tirar uma diferença de quase R$ 80 bilhões até o final do ano, em um cenário de queda de receita e aumento nos gastos, principalmente com a Previdência", completou.
A Previdência, aliás, foi o destaque negativo, segundo Biasoto, no resultado do governo central de fevereiro, com um crescimento nominal de 17,8% ante fevereiro de 2014, alta de 9,4% já descontado o IPCA. "Enquanto a receita da Previdência cresceu apenas R$ 1,6 bilhão, a despesa saltou R$ 5 bilhões. Isso explica quase metade do déficit total do governo central", disse Biasoto.
Para ele, "o drama" em 2015 é que a curva ascendente de aumento forte na receita da Previdência será revertida com o aumento do desemprego e a queda na renda. Enquanto isso, a curva também em alta das despesas seguirá crescendo. "As duas linhas divergirão com o mercado de trabalho ruim a renda recuando, o que vai ser um grande problema ao Tesouro".