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Setor de fast-food vive 'onda' de promoções

08:30 | 30/03/2015
O mercado de alimentação fora de casa viveu uma espécie de "boom" no Brasil na última década, com crescimento real acima de 10% ao ano. O movimento, no entanto, esteve ligado à redução do desemprego e ao aumento da renda. Em 2015, com a deterioração do cenário econômico, a expansão do segmento de food service deverá ficar abaixo da inflação. Ou seja: em termos reais, o mercado vai andar para trás.

"No ano passado, o crescimento já ficou muito abaixo da média, em quase 3,5%, quando descontada a inflação", diz o consultor Sérgio Molinari, sócio da Food Consulting. "Para 2015, o mercado já trabalha com a hipótese de retração."

� por isso que o objetivo das maiores redes do País - as de fast-food - é proteger mercado. A líder McDonald�s, que sozinha domina cerca de um terço do segmento, segundo dados da consultoria Euromonitor, está perseguindo essa meta.

A preocupação atual da gigante americana é garantir que o público que está com menos dinheiro no bolso não se sinta abandonado pela rede. "Quando o poder de compra diminui e o endividamento aumenta, naturalmente as pessoas reduzem a alimentação fora de casa", diz Roberto Gnypek, vice-presidente de marketing do McDonald�s Brasil.

Para garantir que o cliente siga comparecendo à loja, o McDonald�s aposta em ofertas que garantam uma refeição abaixo de R$ 10: há hambúrgueres por R$ 5, sanduíche triplo por R$ 6,50 e combos de batatas gigante por R$ 1 a mais. "Tenho de manter market share (participação de mercado) agora, pois o Brasil tem potencial extremo no nosso mercado", explica o executivo.

A concorrência também já percebeu que o consumidor está mais sensível a preço. Na rede Subway, por exemplo, as opções promocionais - batizadas "Barato do Dia" e "Baratíssimo", vendidas a R$ 8 e R$ 6,50, respectivamente - ganharam o status de carro-chefe de vendas. "De fevereiro para cá, percebemos um aumento de 20% na procura por essas ofertas", afirma Leandro Florio, gerente nacional de marketing da Subway. "Essas ofertas oferecem uma redução de 40% em relação aos preços cheios."

Tanto no caso da Subway quanto do McDonald�s, de acordo com Sergio Molinari, da Food Consulting, há também um ganho de mercado proporcionado pela redução da renda disponível também na classe B.

As duas redes são beneficiadas porque o cliente que já havia migrado para o casual dining (lojas semelhantes às do Outback) e para lanchonetes com apelo saudável estão voltando a se interessar por suas ofertas. Esse público, diz Molinari, ainda pode se dar ao luxo de comprar os combos das redes de fast-food, que exigem um desembolso médio que não supera a marca de R$ 20. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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