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Salomão Quadros prevê IGP-M em aceleração ao final de março

15:00 | 19/03/2015
Os resultados das prévias do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de março indicam que a inflação do aluguel deve encerrar o mês em aceleração, afirmou o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O especialista não fez estimativas sobre até onde o indicador pode ir, mas assegurou que o varejo deve ser a grande fonte de pressão nos dez dias restantes de apuração de preços.

Nesta quinta-feira, 19, a instituição anunciou que o IGP-M, muito empregado no reajuste de alugueis, subiu 0,84% na segunda prévia de março. O indicador captou preços entre os dias 21 de fevereiro e 10 de março. Na primeira prévia, o índice ficou em 0,74%. "As prévias estão sinalizando aceleração, principalmente do IPC (Índice de Preços ao Consumidor)", afirmou Quadros.

A inflação varejista vem recebendo aos poucos o impacto dos aumentos na energia elétrica. Em 27 de fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou um reajuste extraordinário médio de 23,4% a todas as distribuidoras. Além disso, elevou o valor adicional cobrado segundo o regime de bandeiras tarifárias na conta dos consumidores. Na segunda prévia de março, a tarifa de eletricidade residencial ficou 12,89% mais cara, e a perspectiva é a taxa ficar ainda mais elevada.

"O efeito da energia elétrica é muito maior do que o das desacelerações em mensalidades escolares e tarifas de ônibus. Ele domina com folga", disse Quadros. O resultado fechado do IGP-M será conhecido no próximo dia 30.

No atacado, porém, também há pressões altistas que devem persistir até o fechamento deste mês, como é o caso da soja, que subiu 5,74% na segunda prévia. O grão detém o maior peso individual no atacado. "Mas o aumento da soja não vai longe", afirmou o superintendente, que prevê estabilidade nos preços da commodity após boas notícias vindas do campo.

Já o minério de ferro interrompeu uma sequência de meses em queda e avançou 0,54%. "O minério não está caindo tanto quanto no ano passado. Além disso, o câmbio é um formador de preço com maior atuação sobre o minério, e a desvalorização do real supera o efeito da queda (de preço)", explicou.

Outra sinalização de que o aumento do dólar pode já estar refletido na inflação atacadista é o grupo materiais para a manufatura. Considerado um termômetro do câmbio, a categoria saiu de queda de 1,43% no mês passado para recuo bem menos intenso, de 0,13%. "Ainda há queda de cotações (de preço), mas há suavização disso devido ao câmbio", justificou Quadros.

Atividade

A atividade em baixa e a desaceleração do consumo das famílias provocou uma queda nos preços de bens de consumo duráveis na indústria este mês, com destaque para os automóveis para passageiros, com queda de 0,86%. "Não é comum, mas é explicável. As montadoras estão abarrotadas de carros e precisam vender. Por isso, acabam dando descontos", disse o superintendente.

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