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Projetos entram em operação no segundo semestre

21:20 | 25/03/2015
O Ministério de Minas e Energia (MME) quer acionar os primeiros painéis solares flutuantes no próximo semestre. Em 60 dias, disse o ministro Eduardo Braga, serão definidos os detalhes operacionais da empreitada, que deve começar por Balbina, instalada no Estado de origem de Braga. "Até setembro, o projeto deve estar em operação", comentou.

Ironicamente, os painéis solares poderão cumprir uma promessa que a hidrelétrica de Balbina nunca conseguiu entregar: uma geração sustentável de energia elétrica.

Fruto de um projeto de engenharia capenga e irresponsável, Balbina foi construída nos anos 80 pelo governo militar, com o propósito de avançar sobre a Amazônia. Instalada em uma região isolada do município de Presidente Figueiredo, a 190 km de Manaus, a usina da Eletronorte é considerada um dos maiores desastres ambientais do planeta. Para gerar desprezíveis 250 megawatts (MW), potência que nem sequer consegue atender à demanda atual de Manaus, a usina deixou debaixo d'água 2.360 km quadrados de mata virgem, uma área equivalente à das cidades de São Paulo e de Campinas. Passados 25 anos desde que sua barragem foi concluída, o lago de Balbina ainda armazena um cemitério com aproximadamente 6,8 milhões de metros cúbicos de madeira submersa, segundo cálculos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

No caso da hidrelétrica de Sobradinho, a fonte solar pode ajudar a complementar a geração que a usina de 1.050 MW para a região Nordeste do País. Responsável por 58% do consumo de energia do Nordeste, a represa construída 40 anos atrás no Rio São Francisco está hoje com apenas 18% de sua capacidade total de armazenamento. Espaço para instalação de placa solar é o que não falta. Sobradinho engoliu uma área de 4,2 mil km quadrados na Bahia. Cobrir essa área com boias solares seria o mesmo que instalar painéis em cima de seis capitais somadas: Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

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