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OCDE eleva previsões de crescimento em função da queda no preço do petróleo

08:50 | 18/03/2015
A perspectiva da economia mundial melhorou nos primeiros meses de 2015 como resultado dos preços de petróleo mais baixos e apoio oferecido por medidas adicionais de estímulos de bancos centrais, afirmou a Organização para a Cooperações e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Mas a entidade alertou que a dependência excessiva na política monetária em relação ao crescimento representa um perigo para a estabilidade no sistema financeiro, incluindo a elevada tomada de risco e crédito, além de taxas de câmbio que não refletem as circunstâncias econômicas fundamentais.

A OCDE afirmou que a apreciação do dólar contra outras moedas importantes está contribuindo para a baixa inflação na maior economia do mundo e pode enfraquecer o crescimento ao limitar as exportações. Assim, o grupo prevê que o Federal Reserve deverá postergar um aumento de juros até que haja sinais de que as economias da Europa estão se fortalecendo e que o euro esteja pronto para ganhar terreno. Muitos economistas preveem que o Fed pode começar uma ciclo de aperto em junho.

"A questão sobre quando o Fed vai sair de juros zero depende muito na possibilidade de a Europa se recuperar", afirmou a economista-chefe de entidade, Catherine Mann, em uma entrevista ao Wall Street Journal.

No primeira atualização das projeções para 2015, a OCDE disse que prevê agora que as economias para as quais faz estimativas - que respondem por 70% da atividade mundial - devem crescer em 4% neste ano e 4,3% no próximo. Em novembro, a OCDE previa expansão de 3,9% e 4,1%, respectivamente. A OCDE manteve a previsão de crescimento dos EUA em 3,1% em 2015 e 3% em 2016.

A OCDE ressaltou que os bancos centrais que regulam as economias responsáveis por 48% da atividade global flexibilizaram suas políticas monetárias desde dezembro, oferecendo um impulso para o crescimento. A queda nos preços de petróleo também ajudou, afirmou.

O Banco Central Europeu (BCE) é uma destas autoridades que relaxou a política nos últimos meses, ao ter lançado em 9 de março um programa de compras de ativos no tamanho de 1 trilhão de euros (US$ 1,06 trilhão). Grande parte das aquisições será feita em bônus soberanos e o programa durará até setembro de 2016.

A OCDE disse que o estímulo deve ajudar impulsionar a atividade econômica e elevou as previsões para o crescimento da zona do euro. Em 2015, o bloco deve ter uma expansão de 1,4% e avançará 2% no ano seguinte, frente a estimativas anteriores de alta de 1,1% e 1,7%, respectivamente. Os números em grande parte estão em linha com as projeções do BCE. Contudo, a OCDE disse que para a recuperação ser sustentável, os governos devem fazer pressão em direção a reformas e a um novo programa de investimentos em infraestrutura.

"Isso não deveria ser visto como uma desculpa para os políticos ficarem sem fazer nada", afirmou Mann.

Por motivos semelhantes, a OCDE elevou as previsões para o crescimento do Japão. O país asiático deverá ter uma expansão de 1% neste ano e 1,4% em 2016, frente a estimativas anteriores de alta de 0,8% e 1% respectivamente. A organização também pediu que o governo japonês mostre "ambição maior" em seus esforços para reformar a economia.

A OCDE reduziu as previsões para o crescimento chinês. O país deve se expandir 7% em 2015, com queda de 0,1 ponto ante a estimativa de novembro. No ano seguinte, a China deve desacelerar para 6,9%. A Índia, por sua vez, deve avançar 7,7% neste ano e 8% no próximo, frente às estimativas anteriores de 6,4% e 6,6%. Assim, a OCDE sinaliza esperar agora que a Índia assuma a posição de economia com crescimento mais acelerado entre as principais nações.

Contudo, embora tenha elevado as previsões de crescimento para algumas grandes economias, a OCDE alertou que a ameaça representada pela baixa inflação - e em muitos casos queda de preços - está crescendo. O grupo disse que é possível agora que os preços perderão força em todas as cinco maiores economias do mundo durante o primeiro semestre deste ano, uma situação descrita como "sem precedentes". Fonte: Dow Jones Newswires.

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