Índice de preços de alimentos da FAO atinge em fevereiro menor nivel desde 2010
O indicador está em declínio desde abril de 2014, reflexo da oferta ampla e da desvalorização de diversas moedas ante o dólar, afirmou Michael Griffin, especialista em laticínios e carnes da FAO. "A primeira coisa a observar é a perspectiva de produção favorável para muitas culturas em 2015", afirmou Griffin. "Também temos amplos estoques da maioria dos cereais."
O Índice de Preços de Alimentos da FAO acompanha cinco grupos de commodities em mercados internacionais: cereais, carnes, laticínios, óleos vegetais e açúcar.
O grupo dos cereais registrou queda de 3,2% em fevereiro ante o mês anterior, para 171,7 pontos. A baixa dos preços do trigo e a perspectiva de safra volumosa foram os principais fatores a influenciar o subíndice. A FAO afirmou ainda que os preços de arroz se mantiveram praticamente estáveis no mês passado.
O segmento de açúcar foi o que registrou a maior queda, de 4,9%, para 207,1 pontos. A retração dos preços foi influenciada principalmente pelo clima favorável no Brasil e pelo subsídio à exportação do produto na Índia, que deve aumentar a oferta de açúcar no mercado internacional.
Já o índice de carnes alcançou 187,4 pontos em fevereiro, queda de 1,4% ante janeiro. Os preços da carne bovina e de carneiro recuaram em virtude da valorização do dólar ante o real e ante o dólar australiano. O preço dos suínos, por outro lado, subiu pela primeira vez em oito meses, sustentado pela decisão da União Europeia de conceder auxílio para a formação de estoques no setor.
Os preços de laticínios apresentaram alta pela primeira vez em um ano, para 181,8 pontos, 4,6% acima da média de janeiro. O incremento foi impulsionado principalmente pelos preços do leite em pó e reflete a redução sazonal da produção na Europa e a queda da captação na Nova Zelândia e Austrália. Os preços do queijo se mantiveram estáveis.
O índice de óleos vegetais teve leve incremento de 0,4%, para 156,6 pontos, reflexo da alta das cotações de óleo de palma. No mês de fevereiro, inundações na Malásia e o aumento do subsídio aos biocombustíveis na Indonésia deram suporte aos preços do produto.