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Dólar preocupa setor de gás em 2015, avalia presidente da Comgás

12:50 | 18/03/2015
A recente elevação do preço da energia elétrica e a decisão da Petrobras de reajustar o preço de alguns de seus combustíveis, como o diesel, o óleo e o GLP, ampliam a competitividade do gás natural em relação a outros combustíveis. Em contrapartida, a trajetória de alta do dólar em relação ao real é uma preocupação para 2015, avaliou o presidente da Comgás, Luis Henrique Guimarães, nesta quarta-feira, 18.

"Começamos um movimento de ajustes no mercado brasileiro e vemos com bons olhos esse artificialismo sendo corrigido. O gás terá uma competição relativa melhor do que em 2013 e 2014", destacou o executivo. A contrapartida, ainda segundo Guimarães, está na recente trajetória do câmbio, uma vez que os preços no Brasil consideram, entre outras variáveis, o patamar do real ante as demais moedas.

Por isso, a Comgás mantém o discurso de que é preciso haver uma isonomia dos preços negociados com a distribuidora de São Paulo e os de outras regiões do País. O impasse, nesse caso, gira em torno não apenas da questão geográfica, uma vez que outros Estados têm menor dependência do gás oriundo da Bolívia, mas também do fato de outras distribuidoras terem a Petrobras como uma de suas acionistas, ao contrário da Comgás. A Petrobras é hegemônica no fornecimento de gás natural no Brasil e, segundo a Comgás, pratica condições comerciais de preços distintos para diferentes empresas.

Demanda

Guimarães também destacou hoje que a Comgás tem identificado oportunidades de expansão da venda de gás para a geração de energia. Esse movimento tem sido beneficiado pelas medidas federais, o que estimula o mercado de cogeração e geração distribuída de energia.

Nas últimas semanas, revelou o executivo, a Comgás tem avançado em projetos de conversão de geradores abastecidos exclusivamente por diesel, agora para operar também com o gás natural, e já começa a identificar uma demanda reprimida de geradores que operavam apenas no chamado horário de ponta, entre o final da tarde e o início da noite. Como o funcionamento dos equipamentos ocorre por um tempo limitado, o abastecimento era possível a partir de diesel.

"Para o gerador rodar mais tempo é preciso de uma estrutura de armazenamento de diesel", salienta Guimarães, após destacar a diferença de se operar tais geradores a partir de gás natural. Com a conversão desses sistemas para uma operação bifuel, o gás pode responder por até 70% da energia gerada, ficando o diesel com os 30% restantes.

O governo federal divulgou recentemente uma portaria que autoriza empresas a comercializarem energia gerada em equipamentos com capacidade ociosa. Dessa forma, equipamentos que operam apenas no horário de ponta podem ficar ligados por um período maior e, com isso, aumentar a oferta de energia no sistema elétrico nacional.

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