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Metalúrgicos querem negociar com GM no TRT, diz sindicato

12:10 | 24/02/2015
Em greve há três dias, funcionários da General Motors (GM) da fábrica de São José dos Campos (SP) participam de reunião de conciliação com a direção da montadora a partir das 15h30 desta terça-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região, em Campinas (SP). O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, afirma que os trabalhadores vão para a mesa dispostos a negociar com a fábrica, mas não vão ceder a nenhuma proposta de demissão.

"Eles podem nos propor aplicar o lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) com estabilidade, férias coletivas, banco de horas. Eles têm um cardápio para nos oferecer, mas não aceitamos nenhum tipo de demissão", afirmou. Segundo ele, 100% dos trabalhadores da produção seguem de braços cruzados dentro da fábrica, assim como nos dias anteriores. Alguns deles deverão sair para compor comitiva que irá ao TRT. Com três dias de paralisação, cerca de 900 carros, 7,2 mil motores e 8.400 transmissões deixarão de ser produzidos.

Greve

Trabalhadores deflagraram a greve na última sexta-feira, 20, por tempo indeterminado, alegando que a montadora propôs colocar 798 funcionários da unidade em lay-off por dois meses e demiti-los após esses período. Segundo Macapá, a GM alega que esse é o número de trabalhadores excedentes na unidade, "mas nós não concordamos". Já a empresa afirma que os trabalhadores "deturparam" a proposta. A companhia diz que não mencionou demissões e que propôs a suspensão justamente para evitar cortes.

No mesmo dia em que a greve foi decretada, a montadora entrou com ação de dissídio coletivo no TRT, considerando a greve "ilegal" e "abusiva". Eles alegam que o sindicato não comunicou a paralisação previamente, como estabelece a lei. A GM ainda acusa a greve de ter "caráter político", já que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José tem eleições para a presidência que começou nessa segunda-feria, 23, e segue nesta terça, 24. No pleito, a atual diretoria, ligada à Conlutas, disputa a reeleição com sindicalistas ligados à CUT e à CTB.

Ministério do Trabalho

Cobrado pelo sindicato para que entre na negociação com a GM, o Ministério do Trabalho informou que está conversando diariamente com os dois lados e que irá aguardar a reunião desta terça-feira no TRT. Caso trabalhadores e montadora não cheguem a um acordo, a assessoria do ministério informou que o ministro do Trabalho, Manoel Dias, convocará uma segunda rodada de negociação, desta vez mediada pelo governo, até o fim desta semana.

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