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Mercado externo não está fechado para emissores do País, diz presidente da Anbima

15:00 | 02/02/2015
O mercado externo não está fechado para emissores brasileiros, apesar de a primeira janela do ano, quando grandes companhia e também o governo tradicionalmente captam recursos, ainda não ter registrado operações, disse a presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Denise Pavarina.

"A questão atual é preço. Para bons nomes e bons riscos, certamente, há demanda; porém, algumas empresas não querem pagar um prêmio mais alto porque não querem carimbar seus papéis em um patamar mais elevado de custo", explicou ela, em conversa com jornalistas, realizada na tarde desta segunda-feira, 02.

Neste momento, as empresas, conforme Denise, estão tentando entender os desdobramentos dos ajustes recém-anunciados pelo governo e as mudanças futuras que virão. As alternativas, conforme ela, estão sendo emissões mais curtas no mercado local, crédito bancário e também recompra de títulos.

Acessar o mercado de debêntures, incentivadas e tradicionais, pode ser uma saída para a Petrobras, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Há mais de uma década sem recorrer a este instrumento, a estatal estuda voltar a emitir esses papéis no segundo semestre deste ano, já que no mercado externo enfrenta aversão dos investidores por conta das investigações da Lava Jato e por não ter publicado seu balanço do terceiro trimestre auditado.

As empresas do setor elétrico também estão enfrentando o cenário detalhado pela presidente da Anbima. Após o patamar de preço pago pela Cemig Geração e Transmissão na rolagem de R$ 1,4 bilhão de debêntures que fez ao final de 2014, alguns grupos não estão gostando do prêmio exigido pelos investidores e têm feito várias rodadas com o mercado para tentar um preço menor.

Um exemplo é a Copel Geração e Transmissão, que está consultando investidores para emitir R$ 1 bilhão em debêntures. Para pesar ainda mais, há cerca de duas semanas, dez Estados brasileiros e o Distrito Federal tiveram um apagão. "Não está sendo um ano bacana para o setor", observou Denise Pavarina.

A presidente da Anbima disse, porém, que 2015 é um ano "menos carregado" para vencimentos de dívidas do que será 2016. Sem revelar números, ela explicou que essa agenda menos cheia pode ser benéfica em um ano em que as janelas de captações estão mais restritas a bons nomes e as renovações de dívidas mais caras.

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