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Luiza Trajano: confiança tem de crescer para não haver demissão no varejo

16:30 | 12/02/2015
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, recebeu nesta tarde de quinta-feira, 12, um grupo de representantes do varejo, liderados pela empresária Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza. Em uma reunião de mais de duas horas, ele ouviu dos empresários que o nível de confiança do consumidor precisa melhorar para evitar demissões pelo setor. "A gente falou que o índice de confiança tem de crescer para não ter demissão, mas ele sabe disso", afirmou a empresária.

Levy recebeu 21 empresários e executivos integrantes do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), presidido por Luiza. Entre eles, o vice-presidente da Riachuelo, Flávio Rocha; o presidente da Avon, David Legher; o presidente da Walmart, Guilherme Loureiro; o vice-presidente do Carrefour, Stephane Engelhard; o diretor-geral da C&A, José Osvaldo Noronha Leivas; e o presidente do conselho de administração da rede Raia Drogasil, Antônio Carlos Pipponzi.

O setor disse que decidiu procurar o ministro para entender as medidas fiscais adotadas pelo governo. "O ministro traçou que é um ano de ajuste e que vamos ter de trabalhar para tirar (custo) onde não vai ter ajuste", disse. "A gente sabe que o momento exige restrições de algumas coisas, mas o ministro Levy está confiante", observou Luiza.

O vice-presidente do IDV, Flávio Rocha, ressaltou que o varejo viveu uma "década de excepcional" até o ano passado. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou ontem que as vendas do comércio varejista despencaram no último mês de 2014. A queda de 2,6% na passagem de novembro para dezembro foi o pior resultado em um mês já registrado pela Pesquisa Mensal de Comércio. No ano, houve crescimento de 2,2%, mas ainda foi o mais baixo resultado em 11 anos. "Foi o pior ano desta década", disse Rocha.

Na sequência, Luiza, ponderou que aumento dos juros bancários para o crédito não afetou o nível de inadimplência do varejo. "A inadimplência está totalmente sob controle, a população não está endividada e não caiu o crédito, os bancos não forçaram o crédito (para baixo). Mais caro (a tomada de empréstimo) é uma coisa, dizer que tem inadimplência é outra", afirmou, ressaltando que a "desconfiança é a maior" ameaça ao consumo. "A gente concorda que tanto o governo quanto nós precisamos nos comunicar mais claramente. A gente sabe que a onda de pessimismo só vai sair à medida que as coisas começarem a fazer acontecer", observou.

De acordo com a líder dos varejistas, o que foi pedido ao ministro foi para que haja a adoção de medidas para diminuir a burocracia. "A gente sabe que tem uma burocracia em que a gente está perdendo 2% ou 3% (do lucro) e podemos ganhar só tirando essa burocracia", considerou.

Energia

O risco de racionamento elétrico esteve na pauta da reunião, com o ministro pedindo ajuda ao setor de consumo para estimular a economia no desperdício residencial de seus clientes. Ele sugeriu uma campanha conjunta entre governo e empresas. "Ele (Levy) disse que se cada casa diminuir 2% (do consumo de energia) ia ajudar muito", relatou Luiza.

Os empresários do IDV deixaram a Fazenda em direção ao Ministério de Minas e Energia, onde têm reunião com o ministro Eduardo Braga para entender tecnicamente a ameaça de racionamento. "Temos uma ligação direta com o consumidor e podemos pedir para eles ajudarem na economia de energia", disse a empresária.

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