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FGV: volta da Cide terá impacto de 0,20 ponto no IPC-S

12:30 | 02/02/2015
O fim da pressão mais significativa dos administrados e a expectativa de um pouco de alívio nos preços dos alimentos devem conduzir o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) de fevereiro a uma alta de 0,80%, na comparação com 1,73% em janeiro. A estimativa foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 2, pelo coordenador do indicador, o economista e professor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. "A previsão cai bastante. Menos da metade do número de janeiro. É muito bom, mas para efeito de média mensal é muito alto", explicou.

Para que a desaceleração ocorra nessa magnitude, Picchetti trabalha com a expectativa de menor pressão de alguns preços administrados este mês. "Devem sair alguns itens de administrados que pressionaram em janeiro", disse, referindo-se principalmente ao término do impacto dos reajustes nas tarifas de transporte urbano em grandes centros do País como São Paulo, além de um efeito menos intenso de tarifa de eletricidade. "A ajuda também pode vir do grupo Vestuário, por causa das liquidações", completou.

A despeito da estimativa de certo abrandamento dos preços administrados no IPC-S deste mês, a volta da Cide sobre os combustíveis deve elevar o valor do litro da gasolina ao consumidor em R$ 0,20, o que representa uma alta entre 7% e 8%, calculou. "Se o repasse for integral, o impacto no IPC-S deve ficar em torno de 0,20 ponto porcentual", detalhou.

Ainda que os preços administrados possam desacelerar marginalmente em fevereiro e os alimentos deem certo alívio, Picchetti elevou a projeção para o IPC-S fechado de 2015 de uma alta de 6,60% para 7,00%. Segundo ele, o aumento nos preços dos combustíveis, por causa da Cide, e o IPC-S de janeiro mais elevado de toda a série histórica da FGV impõem forte pressão sobre o dado deste ano. "Para que esta projeção se concretize, nos próximos meses o IPC-S tem de ficar na faixa de 0,46%. Realmente tem de ter uma boa desaceleração", analisou.

A expectativa de Picchetti é de que a economia mais enfraquecida comece a refletir sobre o mercado de trabalho e consequentemente sobre a atividade e a inflação do setor de Serviços. Com isso, disse, os preços de Serviços tendem a desacelerar. "Os preços industrializados também podem diminuir em reação aos efeitos da política monetária, com contenção do financiamento e desaceleração da renda. Tudo isso pode se transformar em desaceleração", estimou. Para Picchetti, caso a crise hídrica se agrave ainda mais, as perspectivas para a economia devem piorar, assim como para a inflação.

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