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Brasil produziu 34,38% menos implementos rodoviários em janeiro, diz a Anfir

09:30 | 05/02/2015
A indústria fabricante de implementos rodoviários registrou queda de 34,38% na produção e nas vendas em janeiro, na comparação com igual mês de 2014, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), nesta quinta-feira, 5. No mês passado, as empresas fabricaram e entregaram ao mercado 8.292 unidades, abaixo dos 12.637 produtos distribuídos em janeiro do ano passado.

O segmento de maior queda é o de reboques e semirreboques (pesado), com a produção de 2.220 unidades, volume 54,24% menor que os 4.851 produtos de igual período do ano passado. Já o segmento de carroceria sobre chassis (leve) teve recuo de 22,01%, com a produção e a entrega de 6.072 produtos, ante 7.786 unidades em janeiro de 2014.

"Esse primeiro resultado, mesmo que registrado em um período tão curto, sinaliza, diante do atual cenário da economia em geral e de crédito para o setor, que 2015 poderá ser mais um período difícil para a indústria produtora de implementos rodoviários", afirma Alcides Braga, presidente da Anfir, por meio de nota. "Poderemos ter mais um ano de retração, com queda entre 5% e 10%, salvo se surgirem medidas que venham a dar suporte à tão ansiada retomada nos negócios", acrescenta.

O primeiro fator que aponta para essa perspectiva de retração, segundo o presidente da Associação, é o desaquecimento geral da economia brasileira. "Como ainda não foram tomadas pela nova equipe de governo medidas que efetivamente possam produzir resultados concretos que levem ao crescimento, não vemos como não imaginar que o ano tenderá a ser menos ativo economicamente", avalia Braga.

Para a Anfir, o reaquecimento dos negócios esbarra também nas novas regras de concessão de crédito do PSI/Finame, determinadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que reduziram a participação do banco oficial de fomento nas operações de financiamento de implementos rodoviários. Até o ano passado, o bem podia ser financiado em sua totalidade, mas as regras foram alteradas e a parcela financiável baixou de 100% para 70% (pequenas e médias empresas) e 50% (grandes empresas).

Com as novas condições de financiamento do PSI/Finame, o segmento pesado deverá seguir com desempenho negativo, segundo a Anfir. Isso porque a maior parte das operações de venda no setor são realizadas no âmbito do programa de apoio do governo federal. Já no segmento leve, onde o impacto das regras do PSI/Finame é menor porque uma boa parte das empresas compradoras não consegue se enquadrar nas regras do BNDES, as vendas deverão seguir em baixa influenciadas pelo desempenho geral da economia.

"Para cobrir a parcela que falta no financiamento as empresas terão de buscar uma solução para financiar o restante do bem, seja buscando empréstimos nos bancos privados, seja utilizando recursos próprios", diz o presidente da Anfir. "Porém, considerando o fraco desempenho da economia brasileira em 2014 e os resultados ruins registrados pelas empresas, muitas não estão com caixa para investir e as que possuem recursos deverão preferir manter seus recursos intactos caso a economia em 2015 também não responda bem", aponta Braga.

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