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Anfavea prevê primeiro trimestre 'extremamente difícil' para montadoras

13:10 | 03/02/2015
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, prevê um primeiro trimestre "extremamente difícil" para a indústria automobilística, mas acredita que a recuperação comece ainda no primeiro semestre de 2015 e o setor consiga ter um aumento de 4% na produção até o final deste ano, com o mercado interno fechando do mesmo tamanho de 2014.

"Nossa projeção é que o mercado interno ficará igual a 2014, exportação com um aumento pequeno de 1% e na produção um aumento de 4%. Esse aumento se explica porque achamos que a fatia de veículos importados será reduzida no Brasil", afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, depois de reunir-se por cerca de uma hora com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Moan não descarta novas demissões na indústria, mas diz que não há sinais nas montadoras de ações "radicais", mesmo havendo um excedente de pessoal no setor.

"Não tenho nenhuma informação por parte das associadas, mas também é claro que existe um excedente de pessoal no setor. Fechamos 31 de dezembro com mais de 144 mil empregos num momento de produção caindo, então há um excedente de mão de obra no setor. Mas não tenho nenhuma informação de qualquer medida mais radical que não seja concessão de férias, lay-offs ou até redução, mas sempre com acordo com sindicato", disse.

Acordos

Uma das apostas da indústria para a retomada são os acordos comerciais, tema principal do encontro com Mauro Vieira. Moan explica que a Anfavea deve ter em duas semanas uma posição fechada com o setor privado da Colômbia para apresentar ao governo brasileiro. Também trabalha com o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na renovação dos acordos automotivos com o México, que expira em pouco mais de 40 dias, e com a Argentina, que se encerra em junho deste ano.

Apesar do pouco tempo para trabalhar com o governo mexicano e as dificuldades econômicas enfrentadas pela Argentina, Moan diz não trabalhar com a hipótese de que os acordos não sejam renovados. A Argentina, especialmente, que é superavitária com o Brasil no setor, tem interesse em mantê-lo.

"Sem dúvida, um dos caminhos que temos é justamente a exportação. Por isso eu brinco que estou virando caixeiro-viajante", disse, explicando ainda que o setor trabalha em possíveis acordos com Equador, Peru e países africanos. O impacto, no entanto, seria pequeno este ano. A estimativa é de um crescimento de apenas 1% nas exportações. "O impacto é sempre no médio prazo. Mesmo que a gente consiga fechar o acordo temos toda a parte comercial que cada associada terá que desenvolver. Então acho que estamos lançando a base para uma melhoria dos últimos trimestre deste ano para frente", afirmou.

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