Uma porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel afirmou nesta segunda-feira que o governo do país não vê necessidade de descartar o papel de inspetores da Troica do Banco Central Europeu (BCE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia. As três instituições agem coletivamente para supervisionar as mudanças financeiras na Grécia como parte do programa de resgate financeiro a que o país foi submetido.

"No governo, não há indicativo de que ela (a Troica) não deve ser mantida", disse a porta-voz Christiane Wirtz em coletiva de imprensa. Berlim reafirmou que o papel da Troica está escrito em acordos, bem como o Mecanismo de Estabilidade Europeu, e que "tais coisas não podem ser alteradas unilateralmente", segundo a porta-voz do ministério das Finanças, Marianne Kothe.

Os comentários do governo alemão vêm na esteira de uma reportagem do jornal Handelsblatt, na qual o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, diz que poderá alterar o modo com o qual os credores negociam com autoridades gregas ao reformar a Troica e até encerrar visitas oficiais ao país.

Um porta-voz da Comissão Europeia se negou a "se engajar em qualquer especulação ou discussão sobre o que pode ocorrer em dado momento", mas sublinhou que Jucker já havia dito que a Troica deveria ser substituída por um instrumento mais democrático no futuro.

Alexis Tsipras, o novo primeiro-ministro da Grécia, deve visitar Bruxelas nesta quarta-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.