Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, no ano passado, 36,9% das empresas estavam no limite ou acima do limite de endividamento. Na prática, isso significa que mais de um terço das empresas brasileiras não teve espaço para buscar novos financiamentos em 2014. Dentro desse grupo, parcela de 13,5% estava acima ou muito acima do limite de endividamento. Na edição anterior da Sondagem Especial - Financiamento, realizada em 2012, a fatia de empresas acima do limite de endividamento era menor: 11,4%.

O estudo da CNI aponta que 23,4% das empresas estavam no limite do endividamento em 2014. Apenas 16,9% não estavam endividadas no ano passado, grupo menor que os 18,1% de 2012.

De acordo com a pesquisa, os industriais enfrentaram várias dificuldades para obter crédito no segundo trimestre de 2014. O principal problema, mencionado por 47,5% das empresas, foi a falta de linhas adequadas de crédito. Em seguida, com 40,1% das menções, vieram as exigências de garantias reais. Em terceiro lugar apareceu o custo dos financiamentos, apontado com uma dificuldade em 39,6% das respostas.

Entre as empresas que buscaram financiamentos no segundo trimestre, 36,3% disseram que o valor aprovado foi menor que o necessário, contra 29,8% em 2012. Diante das dificuldades de acesso ao crédito, 27% das indústrias utilizam somente capital próprio para financiar as atividades. Apenas 15% dependem exclusivamente de bancos para tocar seus projetos. "O porcentual de empresas que contratam empréstimos e financiamentos bancários cresce de acordo com seu porte, passando de 46,5% das pequenas para 61% das grandes", cita a pesquisa.

A pesquisa foi realizada entre 1º e 11 de julho de 2014. Foram consultadas 2.649 empresas, das quais 1.016 são pequenas, 1.009 são médias e 624 são de grande porte. P