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Fipe reduz previsão do IPC de janeiro de 1,58% para 1,56%

12:40 | 13/01/2015
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, reduziu nesta terça-feira, 13, de 1,58% para 1,56%, a projeção para a taxa de inflação de janeiro na cidade de São Paulo. Em entrevista à reportagem, ele explicou que a leve modificação na estimativa do indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicos (Fipe) está ligada especialmente aos comportamentos de pressão menor que a imaginada nos preços dos grupos Habitação e Educação. A revisão poderia ter sido mais intensa, se o grupo Alimentação não tivesse vindo com um aumento mais forte que o aguardado.

Nesta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC apresentou taxa de inflação de 0,49% na primeira quadrissemana de janeiro ante alta de 0,30% no encerramento de dezembro. O resultado ficou próximo à previsão de Chagas, que era de uma inflação de 0,51%. Também ficou dentro do intervalo de expectativas dos economistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, aguardavam taxa de 0,21% a 0,69%, com mediana de 0,43%.

Para André Chagas, a despeito da revisão para baixo, o cenário para a inflação de janeiro está dentro do imaginado inicialmente pela Fipe e confirma um quadro de alta intensa nos preços motivada especialmente pelo grande acúmulo de reajustes do período. Além deste detalhe relevante, o IPC também reflete o tradicional impacto que o clima exerce nesta época do ano nos preços do grupo Alimentação, principalmente na parte in natura.

"Os preços para este mês estão se comportando da forma como estava sendo previsto", comentou Chagas, que aguarda taxas de 0,88% para o IPC da segunda quadrissemana de janeiro e de 1,23% para o índice da terceira leitura do mês. "Há uma aceleração de preços administrados por conta dos reajustes anunciados e isso deve provocar a ida da taxa geral de 0,49% para 1,56% até o fim de janeiro. Também existe pressão de alta em alguns preços livres, principalmente de alimentos", destacou, lembrando também do impacto dos aumentos das mensalidades escolares que afetam o grupo Educação.

Uma das surpresas da Fipe na primeira quadrissemana, o grupo Habitação apresentou queda de 0,08% ante baixa de 0,09% no fim de dezembro e previsão da Fipe de recuo de 0,03%. Segundo André Chagas, a resistência do grupo em deflação esteve ligada especialmente ao comportamento dos preços do segmento de Equipamentos Eletroeletrônicos, que tiveram na primeira leitura do mês um declínio de 2,77% ante variação negativa de 2,25% no fim do mês passado.

Outro detalhe importante do grupo Habitação e que mostra a diferença de critérios da Fipe em relação a outros institutos para os indicadores de preços é que o recente reajuste da conta de água e a implementação do modelo de bandeiras tarifárias só deverão trazer impacto para o IPC a partir da última medição de janeiro. Para Chagas, a pressão gerada por estes dois fatores só deverá aparecer de maneira mais intensa na inflação paulistana em fevereiro.

Em contrapartida, os descontos que a Sabesp vem dando aos consumidores que economizam água em São Paulo vêm ajudando bastante o IPC e evitando taxas maiores de inflação. Prova disso é que o item Água/Esgoto apresentou recuo de 1,32% na primeira leitura de janeiro ante baixa de 1,82% no encerramento de dezembro.

Quanto ao grupo Educação, a Fipe esperava uma elevação de 1,74%, mas a alta captada na primeira quadrissemana foi de 1,05% ante variação positiva de 0,04% no fim do mês passado. Com isso, o instituto reduziu fortemente a projeção para o avanço do grupo no fechamento de janeiro, de 8,26% para 7,23%.

Em relação à Alimentação, o grupo também surpreendeu, mas para cima. A Fipe aguardava aumento de 0,69%, mas o avanço registrado foi de 0,80% ante elevação de 0,47% do final de dezembro. O maior fator para o comportamento mais intenso dos preços dos alimentos foi o desempenho do subgrupo Produtos in Natura, cujo acréscimo na primeira leitura do mês foi de 1,69% ante recuo de 0,39% no fim do mês passado.

Como reflexo da forte surpresa com a Alimentação, a Fipe revisou a expectativa de alta do grupo para o fechamento de janeiro. Antes, o instituto esperava elevação de 0,95%. Agora, trabalha com estimativa de variação positiva de 1,24%. Para Habitação, houve revisão para baixo na projeção, de um aumento de 0,50% para uma alta de 0,38%.

Outros grupos também mereceram destaque da Fipe no IPC da primeira leitura de janeiro. O de Despesas Pessoais, por exemplo, foi influenciado pelo reajuste recente no preço dos cigarros, além de impactos sazonais nas passagens aéreas e nos pacotes de viagens, e subiu 1,20% ante variação positiva de 0,87% no encerramento de dezembro.

Quanto ao grupo Transportes, o grupo subiu 0,60% ante 0,31%. Ainda que tenha apresentado uma variação moderada, o conjunto de preços deve chegar a uma alta de 4,09% no fim de janeiro, conforme projeção da Fipe. A resposta maior para este elevação forte é o impacto que tende a entrar aos poucos no IPC do reajuste nas tarifas de ônibus demais transportes coletivos na capital paulista.

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