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Fipe eleva projeção do IPC de janeiro de 1,56% para 1,60%

12:40 | 27/01/2015
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, elevou nesta terça-feira, 27, de 1,56% para 1,60%, a estimativa para a taxa de inflação de janeiro na cidade de São Paulo. Em entrevista à reportagem, ele disse que o leve ajuste para a forte taxa esperada no indicador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicos (Fipe) teve ligação direta com o comportamento de alta expressiva do grupo Alimentação, mais precisamente da parte in natura, cuja variação foi de 8,31% na terceira quadrissemana do mês, ante aumento de 4,75% da segunda leitura de janeiro.

Se a taxa de 1,60% for confirmada para o fim do mês, representará a inflação mais intensa para janeiro em São Paulo desde 2003, quando o indicador da Fipe subiu 2,19%. Se levada em conta toda a série do instituto, um IPC de 1,60% representaria o resultado mensal mais intenso desde fevereiro de 2003, quando a inflação foi de 1,61%.

Na madrugada desta terça-feira, a Fipe divulgou que o IPC registrou taxa 1,27% na terceira quadrissemana. O resultado ficou acima da previsão de Chagas, que era de uma inflação de 1,23%. Também foi maior do que o intervalo de expectativas dos economistas do mercado financeiro, que, no levantamento do AE Projeções, aguardavam taxa de 0,70% a 1,25%, com mediana de 1,14%.

A Fipe esperava uma alta de 1,61% para o grupo Alimentação, mas o resultado efetivo foi uma variação positiva de 1,81% na terceira quadrissemana, ante elevação de 1,32% na segunda leitura do mês. "Com isso, elevamos a previsão para o grupo em janeiro de 1,42% para 1,75%. E há chances de vir algo acima disso", destacou Chagas, acrescentando que a parte de in natura, bastante pressionada pela combinação de seca e calor, numa época marcada por chuvas fortes, pode surpreender novamente com preços mais intensos.

No IPC, a elevação de 1,81% da Alimentação respondeu por 0,41 ponto porcentual de toda a inflação (32,75%). Só perdeu em participação para a esperada alta no grupo Transportes, que foi de 2,95% na terceira quadrissemana (ante 1,75% da segunda leitura) e respondeu por 0,51 ponto porcentual do resultado geral (40,64%).

O já esperado comportamento do grupo Transportes reflete os reajustes nas tarifas de ônibus, metrô e trens que afetaram a capital paulista. Conforme a Fipe, o item ônibus liderou o ranking de pressões de alta do IPC, com variação de 9,23% (ante 5,11% da segunda quadrissemana) e contribuição de 0,29 ponto porcentual para a inflação geral.

O item metrô avançou 9,25% (ante 5,12%) e contribuiu com 0,02 ponto porcentual do IPC. O item trem teve variação idêntica, mas gerou contribuição levemente menor, de 0,01 ponto. O item integração apresentou elevação de 9,52% (ante 5,26%) e representou 0,10 ponto porcentual do indicador paulistano.

Somados todos os componentes relacionados aos reajustes de transportes, a participação foi de 0,42 ponto porcentual no IPC. Isto significa que, sem os aumentos destas tarifas, a inflação em São Paulo na terceira quadrissemana seria de 0,85%, não de 1,27%.

Quanto ao grupo Educação, o conjunto de preços segue como o terceiro em importância na composição da inflação durante o mês de janeiro, refletindo o período de reajustes nas mensalidades escolares. Na terceira quadrissemana, o grupo subiu 4,66%, ante alta de 2,92% da segunda leitura do mês, e representou 0,17 ponto porcentual (13,32%) do IPC.

Para o fim de janeiro, Chagas aguarda para Transportes um avanço de 4,12%. Em relação ao grupo Educação, a expectativa da Fipe é de uma elevação de 6,65%.

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