FGV eleva projeção para IPC-S de janeiro
Como informou hoje a FGV, IPC-S apresentou aceleração importante entre a primeira leitura e a segunda medição do mês, ao passar de 0,96% para 1,28%. "Tem 0,32 ponto porcentual de aumento. Desses 0,32 ponto, 0,23 ponto porcentual vem de tarifa de eletricidade (de 5,85% para 7,76%), cursos formais (de 0,83% para 4,22%) e tarifa de ônibus urbano (1,71% para 4,36%). Ou seja, dois terços estão praticamente concentrados nesses três itens. Mesmo assim, ainda sobra um terço. Por isso que eu digo que é uma situação de pressão grande pois esse outro um terço tem hortaliças e legumes (de 7,91% para 11,56%)", avaliou.
A estimativa inicial de Picchetti era de que alguns alimentos dariam alívio ao IPC-S, mas isso, disse, parece não se confirmar. "Alguns itens (alimentícios) ainda estão desacelerando, como carnes bovinas (de 4,13% para 3,34%) que tinham subido bastante. No entanto, não estão sendo suficientes para compensar os outros aumentos, inclusive em Alimentação", explicou.
No IPC-S da segunda leitura do mês, a variação do grupo de alimentos foi de 1,70%, após 1,41%. Mas a maior contribuição partiu, conforme a FGV, do conjunto de preços de Educação, Leitura e Recreação, cujos efeitos dos reajustes de mensalidade e material escolar aparecem no IPC-S de janeiro. Esta classe de despesa ficou em 1,93% (ante 0,79%). "Não tem nada ajudando para a inflação para baixo. Como imaginado, o ano começa quente para a dinâmica inflacionária", afirmou.
Além das pressões dos efeitos dos reajustes nas tarifas de energia elétrica e transporte público e da sazonalidade desfavorável em Educação, Picchetti disse que o clima instável muito comum nesta época já está encarecendo os preços de alguns alimentos. Como exemplo clássico, citou o tomate, que subiu 1,72% na segunda medição do IPC-S de janeiro, mas que já dá sinais de alta mais expressiva, na faixa de 10%, enquanto o feijão carioca está ficando mais caro cerca de 24% nas pesquisas mais recentes.