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Cetip: estoque de COE alcança R$ 3,760 bi no primeiro ano de emissões

12:00 | 27/01/2015
O estoque de Certificados de Operações Estruturadas (COEs) atingiu R$ 3,760 bilhões nos 12 meses de 2014, primeiro ano do novo instrumento no mercado brasileiro, segundo a Cetip, que registra esses ativos. Já as emissões, conforme a câmara, totalizaram R$ 6,275 bilhões.

"Esperamos que o volume de emissões de COE cresça ainda mais por conta da introdução da oferta pública do instrumento que está em audiência pública. Esperamos que após a publicação das regras por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que deve ocorrer até maio, tenhamos um maior crescimento do produto", disse Carlos Ratto, diretor-executivo da Unidade de Títulos e Valores Mobiliários da Cetip.

A maior parte tanto das emissões de COE como do estoque correspondem a operações com capital protegido. Segundo Fábio Zenaro, gerente-executivo de produtos e negócios da Cetip, cerca de 95% correspondem a esta modalidade e o restante possuem alguma fatia de risco.

Ele explicou ainda que a maior parte das emissões teve prazos longos quando avaliado o estoque. Cerca de 45% do volume financeiro dos COEs tiveram prazo superior a 720 dias (dois anos). Além disso, conforme a Cetip, 43,5% foram indexados à inflação.

Os COEs começaram a ser emitidos no ano passado, de modo bilateral, ou seja, entre a instituição financeira emissora e seus clientes. Em setembro passado, a CVM inseriu o novo instrumento no rol de ativos das ofertas públicas com esforços restritos, dentro da reforma da Instrução 476/09.

Consolidação

De acordo com Zenaro, o ano de 2015 ainda será de consolidação dos COEs. Sem precisar números, o executivo disse que espera um "volume significativo" de emissões ao longo desse exercício.

Dentre os impulsos para as operações de COE, conforme Zenaro, está a regulamentação da distribuição pública do produto, em audiência pública pela CVM, que termina em 23 de fevereiro. Ainda no primeiro semestre, segundo ele, devem ser publicadas as novas regras que vão permitir que bancos que não têm rede de distribuição como, por exemplo, os estrangeiros, e ainda corretoras ingressem neste mercado.

O executivo afirmou ainda que a maior participação dos investidores institucionais, como os fundos de pensão, também são um estímulo para o crescimento das emissões de COEs. Esse público já pode aportar recursos neste instrumento por meio de um parecer da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que regulamenta o segmento.

"A expectativa é de que o mercado institucional se desenvolva. Apesar dos juros estarem maiores, com a possibilidade de uma Selic menor no futuro, o COE pode se tornar uma importante alternativa de investimento para as fundações", acrescentou Zenaro, em teleconferência com a imprensa.

De acordo com Ratto, porém, ainda falta uma regulamentação explícita. "As fundações estão inaugurando participação neste mercado, mas o volume ainda não é significativo", disse.

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