Aneel adiará de novo prazo para distribuidoras pagarem energia comprada em 2014
Para resolver o problema, o governo começou a negociar um novo financiamento de R$ 2,5 bilhões com os bancos públicos. O tempo para fechar essa operação, porém, foi considerado pequeno para o novo acordo. Por isso, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o adiamento da data de pagamento da dívida se tornou inevitável. Enquanto isso, mais de 2 mil empresas estão sem receber pela energia que já venderam.
No ano passado, um sindicato de bancos públicos e privados emprestou R$ 17,8 bilhões para as distribuidoras. Os valores serão pagos por meio de aumentos na conta de luz, que começam a ser repassados ao consumidor já neste ano.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, demonstrou disposição em renegociar os termos do empréstimo, de forma a diluir o impacto do financiamento na tarifa de energia. Braga já disse que o aumento na conta de luz este ano vai melhorar a situação financeira das distribuidoras, o que faria com que os bancos aceitassem alongar o prazo de pagamento de dois para quatro anos.
O problema é que o ministro parece não ter considerado que as distribuidoras não são as reais devedoras do empréstimo. Como as empresas não tinham condições de tomar empréstimos por conta própria, coube à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) tomar o financiamento em seu nome e repassar os recursos às distribuidoras.
De qualquer forma, os reajustes mais altos melhoram o caixa, mas não o Ebitda das empresas, pois cobrem apenas o custo mais alto da energia. Em outras palavras, as distribuidoras são apenas "pass through" nesse processo, ou seja, repassadoras de recursos de uma ponta, o consumidor, para outra, o gerador de energia.