Aneel não teme que novo PLD seja levado à Justiça
13:20 | Nov. 25, 2014
"O risco de judicialização é um risco menor que devemos correr. É claro que a decisão contraria alguns interesses de determinados agentes, mas isso é normal. Não tememos uma eventual discussão na Justiça porque estamos seguros da decisão tanto do ponto de vista técnico como do jurídico", afirmou Rufino.
O diretor-geral também rebateu as críticas de parte dos geradores de que, ao se reduzir o teto do PLD em um momento de estiagem, com baixa geração hidrelétrica, a Aneel estaria dando um "sinal de preço" equivocado ao mercado. "Não concordamos com a afirmação de que um teto de R$ 388,48 não dê um sinal adequado de preço. Temos um contexto mais amplo com a entrada em vigor das bandeiras tarifárias em 2015 e o teto de curto prazo continuará em um patamar duas vezes superior à média da energia paga no mercado cativo este ano", completou.
Segundo Rufino, os novos valores do PLD beneficiarão toda a cadeia do setor elétrico, incluindo os geradores. "O maior benefício é a sustentabilidade do setor no longo prazo, porque o nível de risco no curto prazo estará mais sob controle. Isso beneficia não só as distribuidoras, como também as geradoras hídricas em momentos de estiagem e as geradoras térmicas com empreendimentos em atraso ou em paradas para manutenção", argumentou.
Ele explicou ainda que a Aneel optou por não alterar a forma de pagamento do Encargo do Serviço de Sistemas (ESS) por considerar que a discussão sobre o tema ainda não estava "madura o suficiente". A proposta inicial da Agência previa que esse encargo passasse a ser pago apenas pelos agentes que estiverem expostos ao mercado, ou seja, sem contratos de compra de energia. Diversas associações de geradores e consumidores manifestaram preocupação com essa nova divisão, que foi então abortada pelo órgão regulador.