Setor de serviços está estagnado, diz Marcos Lisboa
10:00 | Out. 01, 2014
Em sua fala, Lisboa lembrou que o crescimento da economia brasileira entre os anos 2000 e 2009 se deveu a ganhos de produtividade, o que parou de acontecer a partir da última crise mundial. Diferentemente do agronegócio, que segundo ele, continua crescendo em média 5% ao ano apesar das dificuldades, o crescimento do setor de serviços foi revertido a partir de 2009. "Entre 2009 e 2014, foi lentamente decaindo, e o setor se encontra hoje estagnado, colocando em risco mercado de trabalho", afirmou, lembrando que o segmento emprega dois terços da população brasileira.
Lisboa avaliou que as dificuldades pelas quais a economia brasileira passa após a crise é resultado de uma política heterodoxa de fechamento da economia e da retomada da visão que o desafio de crescimento é por meio da demanda. De acordo com ele, a partir de 2009, toda agenda de reformas que dominou durante os 15 anos anteriores ficou de lado. O economista fez questão de lembrar que nos governos anteriores essa agenda de reformas foi "opção muito mais resultado de uma sequência de crises", como a de 1999 e 2002.
"Há uma visão de que sofremos pela crise externa e que devemos continuar com esse modelo. Tomara que esteja certa. Mas infelizmente os dados parecem não mostrar que é sustentável", afirmou.
Lisboa lembrou ainda que, após a crise, o mundo passou a crescer 3,3%, 0,7 ponto porcentual a menos, enquanto no Brasil essa diferença foi muito maior. De acordo com ele, se antes o País crescia 4%, hoje cresce abaixo de 2%, sendo que nesse ano deve crescer abaixo de 0%.