Austin: arrecadação confirma dinamismo fraco da economia
16:50 | Set. 23, 2014
Ele destacou que todas as divisões econômicas acompanhadas pela Receita Federal na arrecadação da Cofins/PIS-Pasep registraram queda na comparação anual. A principal piora foi a do setor de fabricação de veículos automotores, com recuo de 19,85% na arrecadação. Ele acrescentou que os tributos relacionados a consumo e produção, como o Imposto sobre Importação, Cofins e IOF, recuaram nas duas bases de comparação, mensal e anual.
Nesta terça-feira, 23, o secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, projetou um crescimento real da arrecadação de 1% neste ano, de um número revisado de 2%. Para Agostini, isso somente poderá ser alcançado com a entrada de receitas extraordinárias. O secretário também manteve a expectativa de arrecadar R$ 18 bilhões com os pagamentos do Refis neste ano e explicou o número abaixo do esperado em agosto pelo fato de os contribuintes terem preferido parcelar a entrada.
No entanto, o economista-chefe da Austin Ratings ponderou que não prevê uma forte retomada da economia e lembrou que o próprio governo tem cortado suas projeções, ainda que se mantenha mais otimista que o mercado. Ele lembrou que no fim do ano há um crescimento na arrecadação por fatores sazonais, mas afirmou que neste ano o consumo está mais desacelerado que no fim do ano passado. Agostini citou ainda a preocupação com os gastos do governo, que são crescentes em um momento no qual a arrecadação não sobe na mesma velocidade.
Segundo números divulgados hoje pela Receita Federal, a arrecadação de agosto somou R$ 94,378 bilhões, abaixo da mediana de 13 instituições consultadas pelo AE Projeções, de R$ 96,700 bilhões. O número do mês passado também foi impactado positivamente pelo Refis, que contribuiu com uma arrecadação de R$ 7,130 bilhões. No ano até agosto, a arrecadação está em R$ 771,788 bilhões, alta real de 0,64% na comparação com o ano passado.