FGV: IGP-M de 0,83% é o maior para abril desde 2004
13:30 | Abr. 16, 2014
"O primeiro movimento (de alta de preços) pode ser exagerado. Por preocupação, a compra é antecipada, o que eleva a demanda", exemplificou Quadros. Apesar disso, ele acrescentou que esse "exagero" foi localizado, principalmente em commodities, sem grandes dimensões para ter provocado os recordes.
A soja é um exemplo de produto que tem passado por correções, após a constatação de que as perdas não haviam sido tão intensas. Os preços do grão no atacado caíram 1,47%, contra elevação de 4,25% na segunda prévia do IGP-M de março. Outras matérias-primas brutas, como café, têm beneficiado a inflação e contribuído para a desaceleração do índice.
Apesar disso, Quadros ressaltou que os preços das commodities não vão recuar tudo o que subiram ao longo deste ano. "Houve perda de safra, e a reposição será só no ano que vem", destacou.
Outra questão importante, de acordo com o superintendente, é que a desaceleração do IGP-M na segunda prévia de abril (de 1,41% em março) não foi generalizada. Carnes e outros produtos derivados da pecuária, como leite, ainda estão em aceleração no atacado. "E não é garantia de que tenha chegado ao limite. É possível que esteja gerando mais aumentos de custos, que vão chegar ao varejo", ressaltou Quadros.
Nos preços ao consumidor, hortaliças e legumes desaceleraram de 14,46% para 7,74%, já num primeiro sinal de arrefecimento dos produtos in natura. Apesar disso, os alimentos derivados de carne e leite, segundo o superintendente, devem demorar a seguir o mesmo comportamento.
"Por mais que tenha desaceleração (nos preços de carnes), voltar a cair será muito difícil", disse Quadros, lembrando que, além da estiagem, os preços de carnes são impulsionados pela alta na demanda externa.