Duas câmaras vão assessorar conselho do Fundo Soberano
O FSB possui atualmente cerca de R$ 2,5 bilhões em ações do Banco do Brasil (BB) que estão num fundo de investimento multimercado, o FFIE (Fundo Fiscal de Investimento e Estabilização). O único cotista do FFIE é o Fundo Soberano.
"A regulamentação que foi publicada hoje no Diário Oficial não tem nenhuma relação em aplicação dos recursos do FSB em A, B ou C", afirmou o representante do Tesouro ao explicar duas resoluções, publicadas no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 2, que instituem a Câmara Consultiva Técnica do FSB, a Câmara de Planejamento de Investimentos e aprovou a Política de Investimentos do FSB. A resolução tem data de 28 de junho deste ano, quando o Conselho Deliberativo do Fundo se reuniu virtualmente. O conselho é formado pelos ministros Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Segundo o Tesouro, o conselho tem poderes para fazer a operação de resgate dos recursos do FSB, independentemente dessa regulamentação, como ocorreu no fim do ano passado, quando o governo sacou R$ 12,6 bilhões do FSB para fechar as contas públicas dentro da meta de superávit primário. O Tesouro esclareceu que a criação das duas câmaras tem caráter operacional, completando a estrutura de governança do FSB. A Câmara Consultiva tem função de assessoramento e a Câmara de Planejamento tem atribuição operacional.
Devido às dificuldades do governo para cumprir a meta de superávit prevista para este ano, de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa da maioria dos analistas do mercado é de que o Tesouro vai sacar os recursos que ainda estão no BNDES. Para isso, terá que vender as ações do BB.
Entre as atribuições da Câmara Consultiva Técnica estão: manifestar-se previamente sobre a política de investimentos e suas revisões; sobre as propostas de investimentos; acompanhar a execução da política de investimentos; acompanhar o nível geral de exposição a riscos do Fundo, bem como a adequação de suas políticas de mitigação e sugerir ajustes na composição de carteiras efetivas.
A Câmara de Planejamento de Investimentos deverá assessorar o CDFSB e o ministro da Fazenda em assuntos relacionados à operação do Fundo Soberano. Além da política de investimentos do FSB, a resolução aprova a política de alçadas e competências do FSB, com três patamares: o nível estratégico, de responsabilidade do Conselho Deliberativo, visando a aprovar as diretrizes gerais de investimento; o nível executivo, de responsabilidade da Câmara Consultiva Técnica, que visa a garantir o alinhamento da estratégia executiva pelo Tesouro Nacional; e o nível operacional, atribuído ao Tesouro, na condição de gestor do FSB, para que possa dar cumprimento à Política de Investimentos aprovada pelo Conselho Deliberativo.