Leilão de energia eólica tem deságio de 5,5%
O volume transacionado no leilão totalizou R$ 13,087 bilhões em contratos, para um total de 118,4 milhões de MWh. Os projetos demandarão investimentos de R$ 5,457 bilhões. A potência contratada foi de 1.505 MW, o equivalente a 16,72% da capacidade total habilitada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Foram contratados no leilão 66 projetos, de um total de 377 empreendimentos habilitados.
O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, classificou o preço médio de R$ 110,51 por Mwh como "surpreendentemente baixo". A análise feita por Tolmasquim é baseada no momento particular da economia brasileira. "Temos um momento de desvalorização do câmbio e, apesar de o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estar vinculado a uma taxa de 60% de conteúdo nacional, há o efeito do câmbio", ponderou Tolmasquim.
Além da questão cambial, as exigências impostas aos participantes do certame também pressionam o cálculo do preço ofertado pelas empresas energéticas. O leilão de hoje exigia garantia de 90% de probabilidade de que o parque contratado produzirá toda a energia vendida no leilão. Além disso, a contratação dos projetos estava condicionada à garantia de conexão junto à rede de transmissão.
Esses fatores tornam a comparação de preços entre os projetos eólicos vencedores deste leilão de energia de reserva e os ganhadores do último leilão A-5 mais difícil. Questionado sobre a razão de os preços do atual leilão terem ficado na casa de R$ 110/MWh, contra níveis inferiores a R$ 100/MWh no A-5, Tolmasquim destacou que o certame para a oferta dentro de cinco anos envolvia valores pequenos. "Não podemos dizer que aquele é o preço da (energia) eólica. Agora sim estamos contratando uma quantidade grande", destacou Tolmasquim, sugerindo que o patamar de R$ 110/MWh está mais adequado ao real cenário dos projetos eólicos no Brasil.